Foto e
texto : CBDA/Divulgação
Toronto/CAN -
O dia foi de muita alegria mas também de tristeza. Começou com a quebra de uma
marca brasileira de 11 anos por intermédio de Joanna Maranhão na final dos 400m
medley, com 4m38s07, superando o tempo do 5º lugar nos Jogos de Atenas/2004
(4m40s00). De quebra Joanna herdou o bronze com a desclassificação da canadense
vencedora. Mas vento que bate lá, bate cá. Na versão masculina da mesma prova,
o que seria uma dupla dobradinha com Thiago na frente e Brandonn logo atrás,
acabou com a desclassificação do Mr. Pan e a subida de um degrau do pódio do
jovem Brandonn, que independente da colocação superou o recorde mundial junior
por 50 centésimos.
Brandonn
já estava feliz com a medalha, fosse ela de qualquer cor. Afinal era sua
primeira seleção adulta, mas com treino voltado para o Mundial de sua
categoria, no mês que vem, em Cingapura. Mas ela veio com um 4m14s47, bem
abaixo do 4m14s97 do americano Joseph Bentz no Mundial Junior de Dubai, em
2013.
- Eu
sabia que estava muito bem mas não imaginava fazer este tempo agora, pois não
treinei para esta competição. Fiquei surpreso. Pena que o Thiago foi
desclassificado, seria bom subir ao seu lado no pódio, pois assisti ele vencer
esta prova em 2011 e agora estou ao seu lado. Mas é do esporte. Esta é a minha
principal prova e me dá uma boa base pras provas de fundo como os 1500 que vou
nadar aqui. Esta competição é a minha chance pra me firmar e ser mais conhecido
- disse Brandonn, 18 anos.
A
arbitragem desclassificou Thiago alegando que na virada do peito para o último
estilo, o livre, Thiago teria batido com apenas uma mão na placa. Algo parecido
acontecera na prova anterior também com quem chegou na frente, a canadense
Emily Overholt, mas por não ter batido com as duas mãos juntas. As duas
comissões técnicas - Canadá na primeira prova e Brasil na segunda - fizeram um
protesto oficial ao árbitro geral da prova. Ambos foram rejeitados. Então, os
dois países entraram com um pedido para levar o caso ao Comitê de Apelação da
Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), instituição que organiza os Jogos
Pan-Americanos. Mas depois de muito tempo veio a decisão final, de que o caso
nem iria para a instância superior e valia a decisão dos juízes. Com a perda da
medalha de Thiago e o ganho com o pódio de Joanna, o Brasil trocou uma prata
(que seria de Brandonn) por um bronze, o que caiu no colo da nadadora
pernambucana.
- É
complicado pois quem decide é o olho humano. O mundo não acabou, todos somos
passíveis de termos problemas. temos que ter muita calma. Acontece, é uma pena,
mas faz parte do jogo. O prejuízo é físico, mas é muito mais emocional. E ele
ainda nada na competição. Não acho que ele errou, conheço seu jeito de fazer a
troca, é ato-reflexo, nem que ele queira, ele erraria. Ele faz isto há anos -
disse Ricardo Moura, chefe da equipe brasileira. o
Thiago
estava num misto de tristeza com revolta.
- Eu
nunca colocaria uma só mão. Nunca fui desclassificado assim. Mas agora não
tenho nada a fazer. Ainda tenho duas chances pro recorde (200m e 4x100m medley
no sábado), mas lógico que é mais complicado porque não pode ter nenhum erro -
disse Thiago sobre o fato de terem tirado o que seria sua 22ª medalha, o que o
faria empatar com o cubano Érick López, da ginasta.
Joanna
Maranhão não escondia a emoção da quebra de um tempo que ela tanto
queria.
-
Pensei que seria um fardo que levaria pra toda a vida. Tudo faz sentido agora.
Não interessa a colocação, poderia ser final B. Vocês não tem noção da batalha
psicológica que foi isto. Difícil explicar. É muita coisa, 11 anos. Pensei em
nunca mais nadar esta prova. Agora vou em busca do recorde sul-americano da
Georgina Bardach (4m37s51). Este 4m38s07 me deixa muito melhor no ranking
mundial.
Foto Satiro
Sodré
No fim
do dia, o revezamento brasileiro feminino do 4x200m livre detonou o recorde
sul-americano, que era da equipe do Pinheiros no último Troféu Maria Lenk, em
abril. De 8m03s22 foi para 7m56s36 e garantiu a prata da prova, com Manuella
Lyrio, Jéssica Cavalheiro, Joanna Maranhão e Larissa Oliveira. Os Estados
Unidos venceram a prova com novo recorde do Pan, 7m54s32.
- Nós
lutamos pra vencer a prova, pra fazer nosso melhor e batemos o recorde
sul-americano - disse Manu, o que foi confirmado por Jessica, "viemos pra
ganhar mesmo". Já a mais experiente, Joanna, ressaltou o fato da
importância de ter encarado o time dos EUA de igual pra igual, "não
interessa se é A, B ou C, porque é uma equipe forte, tradicional, e nós quase
vencemos elas, com uma campeã olímpica no grupo. Esta atitude será muito
necessária no Mundial de Kazan e ano que vem nos Jogos Olímpicos". Larissa
Oliveira, que fechou a prova, lembrou que "nada como um dia atrás do
outro. Ontem não foi meu dia nos 200m livre e hoje mostrei que estou treinada e
briguei até o final pela medalha de ouro".
Com os
resultados oficiais, o Brasil continua em segundo no quadro de medalhas da
natação, mas agora atrás dos EUA, que têm 6 ouros, 5 pratas e 5 bronzes. O
Brasil vem a seguir com 6-1-7 e o Canadá em terceiro, com 5-9-5.
Foto 4x200m
livre: Jéssica, Larissa, Joanna e Manu / foto: Satiro Sodré
Resultados
das finais - 3ª etapa - 16/7
400m
medley F = 1) Caitlin Leverenz - EUA - 4m35s46 (recorde do Pan) / 2) Sydney
Pickrem - Canadá - 4m38s03 / 3) Joanna Maranhão - Brasil - 4m38s07 (recorde
brasileiro) / Final B 2) Gabriele Roncatto - 4m53s49 (10ª
geral). A canadense Emily Overholt foi desclassificada na final A, depois de
vencer com 4m35s33.
400m
medley M = 1) Brandonn Almeida - Brasil - 4m14s47 (recorde mundial junior) / 2)
Luke Reilly - Canadá - 4m16s16 / 3) Max Williamson - EUA - 4m16s91. O
brasileiro Thiago Pereira foi desclassificado após chegar em primeiro com o
tempo de 4m14s08.
100m
borboleta F = 1) Kelsi Worrell - EUA - 57s78 / 2) Noemie Thomas - Canadá
/ 3) Katerine Savard - Canadá - 58s05 / 4) Daynara de Paula - Brasil - 58s56 /
5) Daiene Dias - Brasil - 58s74
100m
borboleta M = 1) Giles Smith - EUA - 52s04 / 2) Santiago Grassi - Argentina -
52s09 / 3) Santo Condorelli - Canadá - 52s42 / 7) Arthur Mendes - Brasil -
52s73
4x200m
livre F = 1) EUA - 7m54s32 (recorde do Pan) / 2) Brasil (Manuella Lyrio,
Jéssica Cavalheiro, Joanna Maranhão e Larissa Oliveira) - 7m56s36 (recorde
sul-americano) / 3) Canadá - 7m59s36
PROGRAMAÇÃO
- hora local (hora de Brasília)
Dia
17/07 – 6ª feira
10h
(11h) – Eliminatórias – NATAÇÃO = 100 Costas F e M (Natalia de Luccas, Etiene
Medeiros, Guilherme Guido e Thiago Pereira) / 400 Livre F e M (Carolina Bilich,
Manuella Lyrio, Leo de Deus e Lucas Kanieski) / 100 Peito F e M (Jhennifer
Conceição, Beatriz Travalon, Felipe França e Felipe Lima) / 50 Livre F e M
(Graciele Herrmann, Etiene Medeiros, Bruno Fratus e Nicholas Santos)
19h
(20h) – Finais - NATAÇÃO
Dia
18/07 – sábado
10h
(11h) – Eliminatórias – NATAÇÃO = 800 Livre F (Carolina Bilich e Bruna Primati)
/ 200 Medley F e M (Joanna Maranhão, Gabriele Roncatto, Thiago Pereira e
Henrique Rodrigues) / 1500 Livre M (Brandonn Almeida e Lucas Kanieski) / 4x100
Medley F e M
19h
(20h) – Finais - NATAÇÃO
Souza
Santos - direto de Toronto
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