‘Agora está doendo, mas me imagino tendo
sucesso no Rio e vendo que isso aqui foi só um aprendizado para, se Deus
quiser, conquistar uma medalha’, diz o nadador
São
Paulo – O velocista Cesar Cielo, tricampeão mundial dos 50 m livre, está de
volta ao Brasil, disposto a ‘virar a página’ do que aconteceu no Mundial de
Kazan, na Rússia, e focar na preparação para os Jogos Olímpicos do Rio, em
2016. O campeão olímpico encerrou sua participação no Mundial após a disputa
dos 50 metros borboleta, numa decisão conjunta com os integrantes das comissões
médica e técnica da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), por
causa de uma lesão no ombro esquerdo.
Cielo explicou
por que deixou o Mundial de Kazan antes de nadar os 50 m livre. “Pelos 50 m
borboleta vimos que a coisa não estava do jeito que a gente esperava e, em
alguns dias, seria muito difícil reverter o jogo. Estávamos tentando melhorar a
situação, mas o medo também era arriscar e agravar ainda mais o ombro. Agora é
começar a pensar na Olimpíada… Foi uma decisão difícil. Quando a coisa não está
certa… Até as minhas malas não chegaram(foram extraviadas). Mas é virar a
página e pensar que esse livro ainda não acabou. Tem a Olimpíada no ano que
vem, que é o nosso grande palco”, disse Cielo, que foi recebido pela esposa
Kelly Gisch, grávida de Thomas, o primeiro filho do casal.
A lesão
no ombro atrapalha a sua preparação para a Olimpíada?
Cesar Cielo – Estava programado um certo descanso agora (para depois do Mundial e do Finkel). A ideia é voltar a treinar da mesma forma que antes, saudável, recuperado, e pensar na seletiva, em dezembro, e na temporada de 2016. Então, na verdade, não muda muito. O difícil é lidar com a situação agora. São meses de dedicação, de comprometimento com o processo – nutrição, descanso… – é bem frustrante uma coisa dessas acontecer e mais frustrante ainda nadar sabendo que não é o que eu sei fazer na piscina. Quem me acompanha sabe que dou 100% sempre. Era o meu 100% dessa vez, mas muito longe do meu 100% que é o meu melhor. É buscar esse melhor que eu posso aqui em casa.
Cesar Cielo – Estava programado um certo descanso agora (para depois do Mundial e do Finkel). A ideia é voltar a treinar da mesma forma que antes, saudável, recuperado, e pensar na seletiva, em dezembro, e na temporada de 2016. Então, na verdade, não muda muito. O difícil é lidar com a situação agora. São meses de dedicação, de comprometimento com o processo – nutrição, descanso… – é bem frustrante uma coisa dessas acontecer e mais frustrante ainda nadar sabendo que não é o que eu sei fazer na piscina. Quem me acompanha sabe que dou 100% sempre. Era o meu 100% dessa vez, mas muito longe do meu 100% que é o meu melhor. É buscar esse melhor que eu posso aqui em casa.
Você
abriu mão dos Jogos Pan-Americanos pelo Mundial. Você já vinha sentindo dores,
tinha algo que te incomodava?
Cesar Cielo – Começou um pouco antes do Open da França, em Vichy Val D’Alier, e os resultados lá também foram aquém do que a gente esperava. Com o descanso para a competição, tirando um pouquinho a musculação, a intensidade e o volume do treino, imaginamos que fosse, naturalmente, ajudar. Mas não foi suficiente. Melhorava, eu fazia algum estímulo, voltava de novo, tratava, melhorava um pouco, voltava… Ficou nessa montanha russa. No polimento, quando fico mais descansado, ganho muita velocidade e acabei não tendo esse ganho. Nunca havia acontecido. Tudo vai ajudando para eu tentar chegar cada vez mais completo nessa temporada do Rio e, se Deus quiser, na melhor forma possível.
Cesar Cielo – Começou um pouco antes do Open da França, em Vichy Val D’Alier, e os resultados lá também foram aquém do que a gente esperava. Com o descanso para a competição, tirando um pouquinho a musculação, a intensidade e o volume do treino, imaginamos que fosse, naturalmente, ajudar. Mas não foi suficiente. Melhorava, eu fazia algum estímulo, voltava de novo, tratava, melhorava um pouco, voltava… Ficou nessa montanha russa. No polimento, quando fico mais descansado, ganho muita velocidade e acabei não tendo esse ganho. Nunca havia acontecido. Tudo vai ajudando para eu tentar chegar cada vez mais completo nessa temporada do Rio e, se Deus quiser, na melhor forma possível.
Sua
preparação foi a ideal?
Cesar Cielo – Eu estava treinando bem, fazendo os melhores tempos da minha vida. Veio o Grand Prix de Charlotte e estava tudo como o programado, mas ali em Vichy saiu do trilho. Pessoalmente, estou surpreso porque eu nunca tive esse problema. Mas estou tranquilo porque tenho tempo até a Olimpíada. Eu saí de uma Olimpíada, em 2012, operei o joelho e, no ano seguinte, fui campeão mundial, em menos de dez meses. Com o joelho e tudo funcionando não estou vendo problema em voltar melhor do que eu estava antes.
Cesar Cielo – Eu estava treinando bem, fazendo os melhores tempos da minha vida. Veio o Grand Prix de Charlotte e estava tudo como o programado, mas ali em Vichy saiu do trilho. Pessoalmente, estou surpreso porque eu nunca tive esse problema. Mas estou tranquilo porque tenho tempo até a Olimpíada. Eu saí de uma Olimpíada, em 2012, operei o joelho e, no ano seguinte, fui campeão mundial, em menos de dez meses. Com o joelho e tudo funcionando não estou vendo problema em voltar melhor do que eu estava antes.
O
quanto é difícil recuar na véspera de uma Olimpíada e como foi a sua saída da
seleção?
Cesar Cielo – Teve uma reunião entre os integrantes da comissão técnica e médica, mas não é fácil para mim porque eu sou aquele cara que estica a corda o tempo inteiro e eu acho que eu posso ganhar o tempo inteiro. Eu entrei naquela final dos 50 m borboleta achando que eu iria ganhar, mesmo estando na raia 8. Sentia que não estava nadando bem, mas não entendia – na hora da prova é tanta adrenalina, não sentia dor. E também está na hora de criar maturidade, com 28 anos. Gostaria muito de defender o meu título lá, mas esse é só um obstáculo no caminho para uma grande história que posso fazer no Rio. Pensando mais para a frente a decisão técnica era, com certeza, sair. Neste momento está doendo, mas me imagino tendo sucesso no Rio e vendo que isso aqui foi só um aprendizado para, se Deus quiser, conquistar uma medalha olímpica.
Cesar Cielo – Teve uma reunião entre os integrantes da comissão técnica e médica, mas não é fácil para mim porque eu sou aquele cara que estica a corda o tempo inteiro e eu acho que eu posso ganhar o tempo inteiro. Eu entrei naquela final dos 50 m borboleta achando que eu iria ganhar, mesmo estando na raia 8. Sentia que não estava nadando bem, mas não entendia – na hora da prova é tanta adrenalina, não sentia dor. E também está na hora de criar maturidade, com 28 anos. Gostaria muito de defender o meu título lá, mas esse é só um obstáculo no caminho para uma grande história que posso fazer no Rio. Pensando mais para a frente a decisão técnica era, com certeza, sair. Neste momento está doendo, mas me imagino tendo sucesso no Rio e vendo que isso aqui foi só um aprendizado para, se Deus quiser, conquistar uma medalha olímpica.
Foi uma
decisão de consenso, você não se despediu do grupo?
Cesar Cielo – Sim, a decisão conjunta com os integrantes da comissão técnica e médica foi de eu sair “à francesa”. Depois da reunião eu não ia me despedir dos caras. Eu estava para baixo e eles precisando estar para cima, para nadar super bem… Não consegui me despedir. Mandei uma mensagem para os caras quando estava em Moscou. É uma das partes que me machuca também. Foi muito difícil ver revezamento ficar em quarto (4×100 m livre), sabendo que eu posso ser um diferencial na prova. É difícil também olhar o Brasil de longe. A sensação de deixar tudo e ser mais egoísta nessa hora é muito difícil. É tentar recuperar esse mental, porque estou muito para baixo, e virar a página. É o marco do ano para a Olimpíada e tenho 364 dias para ficar pronto. Vou fazer o que for preciso. Já fiz isso várias vezes e essa vai ser mais uma vez.
Cesar Cielo – Sim, a decisão conjunta com os integrantes da comissão técnica e médica foi de eu sair “à francesa”. Depois da reunião eu não ia me despedir dos caras. Eu estava para baixo e eles precisando estar para cima, para nadar super bem… Não consegui me despedir. Mandei uma mensagem para os caras quando estava em Moscou. É uma das partes que me machuca também. Foi muito difícil ver revezamento ficar em quarto (4×100 m livre), sabendo que eu posso ser um diferencial na prova. É difícil também olhar o Brasil de longe. A sensação de deixar tudo e ser mais egoísta nessa hora é muito difícil. É tentar recuperar esse mental, porque estou muito para baixo, e virar a página. É o marco do ano para a Olimpíada e tenho 364 dias para ficar pronto. Vou fazer o que for preciso. Já fiz isso várias vezes e essa vai ser mais uma vez.
FONTE
CONTRAPÉ DE JORNALISMO
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