Wednesday, September 9, 2015

NATAÇÃO SOBE EM MAIS DE 30 PÓDIOS E PARTE COM GARRA PARA OS JOGOS RIO 2016


Rio de Janeiro/RJ – A natação brasileira enfrentou este ano um dos maiores desafios de sua trajetória: participar em três competições de elevado nível técnico em menos de dois meses. Além de toda a logística necessária para preparar e deslocar delegações tão grandes, os resultados obtidos superaram as expectativas, tendo em vista a complexidade das operações. Foram 34 pódios desde o dia 14 de julho até o último domingo, 30 de agosto, nas últimas três fortes competições internacionais – Jogos Pan-Americanos, Mundial de Kazan e Mundial Junior. 

FOTO Pan de Toronto 2015. Foto: Satiro Sodré/CBDA

No Pan de Toronto foram 26 conquistas (10 ouros, seis pratas e 10 bronzes). Em Kazan mais quatro (três pratas e um bronze), e em Cingapura, no Mundial Junior, foram mais quatro medalhas (um ouro; duas pratas e um bronze). Há um ano dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, os resultados começaram a surgir e empolgam. O planejamento estratégico da Confederação definiu, no início da temporada, que o Brasil atenderia às três competições. Segundo o gerente de natação e superintendente executivo da CBDA, Ricardo de Moura, a ideia era preparar ao máximo os principais nadadores do país para a pressão psicológica e física que acontecerá o ano que vem.

FOTO Nicholas Santos, Bruno Fratus, Thiago Pereira e Etiene Medeiros. Foto: Satiro Sodré/CBDA

O 5º Campeonato Mundial Junior de Natação, disputado em Cingapura, chegou ao fim no domingo, dia 30/08, mas, para a garotada da delegação brasileira o trabalho está só começando. Com idades de 14 a 18 anos, os nadadores conquistaram quatro medalhas para o Brasil. Brandonn ficou com o ouro nos 1500m livre e a prata nos 400m medley. Vinicius Lanza, nos 100m borboleta, também garantiu a prata, e Felipe Souza, nos 100m livre, conquistou o bronze.
Embora o time brasileiro sempre tenha conquistado medalhas no Mundial Júnior, esta foi a melhor campanha desde 2006, ano, que por sugestão do Brasil, a competição estreou no calendário da FINA. Os 20 nadadores que disputaram em Cingapura voltam para casa com os objetivos coletivos alcançados. Além das medalhas, o Brasil ganhou uma nova geração mais experiente e fortalecida. Os quatro pódios brasileiros vieram em provas olímpicas.
A preparação de todos agora está voltada para conquistar um lugar no time olímpico, considerando que as vagas para compor a seleção olímpica ainda estão abertas, pois as seletivas serão disputadas em dezembro, no Torneio Open, e em abril do ano que vem, no Troféu Maria Lenk.
Ricardo de Moura ressaltou a importância da diversidade dos resultados.
 - As medalhas vieram por diferentes atletas, em diferentes provas e todas, do programa olímpico. Novos valores no esporte não significam novos atletas em ação, mas novos atletas com resultados expressivos internacionalmente. Faltando pouco tempo para a Olimpíada, é importante termos estas marcas, não só para estes atletas buscarem seus espaços, mas também para os demais saberem que têm mais gente querendo participar e até entrar no lugar deles. Esta competitividade é essencial para o esporte – explicou.
Há pouco menos de um ano para os Jogos Olímpicos, nadadores de vários países, que participaram do evento de juniores estarão no Rio de Janeiro. Não será diferente com o Brasil. Os resultados e a vivência adquirida nestes eventos serão determinantes para acirrar, ainda mais, a saudável disputa por vagas na equipe brasileira olímpica.
Brandonn Almeida, com 18 anos, já é um dos grandes nomes da natação brasileira. Nesta temporada, o nadador se consolidou como campeão Pan-Americano dos 400m medley, e agora, campeão mundial junior dos 1500m livre.

FOTO Brandonn Almeida. Foto: Satiro Sodré/CBDA

- O dia seguinte da competição é muito bom. A ficha começa a cair e a sensação de dever cumprido é ótima. Agora vou ter uma semana de folga, mas a gente nunca relaxa muito. Meu foco é a preparação para a seletiva olímpica, porque não quero só participar do Rio 2016, mas sim quero nadar bem nos Jogos Olímpicos e representar o país com tudo que eu posso fazer. Eu confio muito no trabalho do grupo que faço parte. Tenho o apoio do meu clube, Confederação e o apoio dos Correios que hoje me deixam mais tranquilos e me dão suporte para eu só pensar em fazer o meu melhor – comentou Brandonn Almeida.
O forte nível da competição de Cingapura também se mostrou importante para o amadurecimento desta geração. Após o fim do evento, os nadadores redimensionam seus valores, como controle emocional, aprendendo na prática a montar sempre uma estratégia adequada, independente de adversários, para alcançar o melhor desempenho.
- Tivemos uma excelente estrutura, tanto oferecida pela competição, quanto pela delegação do Brasil. Os nadadores hoje, mesmo na categoria de base, têm o mesmo suporte técnico da seleção principal. Esta profissionalização da natação, que ainda segue em evolução, já nos traz bons resultados. O trabalho é árduo e começou há muito tempo e, sem o apoio dos Correios, que está há mais de 20 anos como parceira da natação, nada disto seria possível – comentou Felipe Domingues, chefe da delegação brasileira junior.
Felipe Ribeiro Souza, medalhista mundial dos 100m livre, chegou a competição como um dos favoritos. Em 2013, em Dubai, na edição passada, ele e Brandonn Almeida estavam entre os mais novos da equipe que viveram o primeiro contato com este nível de competição.
- Cada passo que dou com a seleção é importante, assim como os nossos treinamentos diários no clube. Hoje vejo que tudo é aprendizado e nada vem por acaso. Treinei muito para conseguir meu melhor resultado aqui. Na decisão, eu não consegui melhorar meu tempo, mas hoje sou medalhista mundial e quero muito mais. Sei que posso render mais e vou continuar trabalhando – comentou Felipe Souza.
O foco da Natação, assim como das demais modalidades da CBDA, está voltado para os Jogos Olímpicos 2016. Mas, a instituição tem a responsabilidade de manter todas as ações programadas estrategicamente para esta temporada. O calendário de 2015 da Confederação conta com 29 campeonatos nacionais e 25 ações internacionais, em todas as modalidades.
- Quando chegamos em Cingapura, a seleção tinha o objetivo de melhorar a campanha feita em 2013 e também, preparar os nossos atletas para encararem os próximos desafios, em 2016 e nos anos seguintes. Temos que olhar com carinho para os resultados das meninas, principalmente as mais novas, com idade para disputar a próxima competição junior. O acompanhamento e monitoração nesta idade faz toda a diferença – completou Felipe Domingues.
Um dos atletas que não participou da última edição do evento e nem estava entre os primeiros tempos do balizamento, mas garantiu a primeira medalha do Brasil, foi Vinicius Lanza. O nadador conquistou a medalha de prata nos 100m borboleta, alcançou a final dos 50 metros do mesmo estilo e ficou na quarta posição, com o revezamento 4x100m medley.
- Se eu dissesse que cheguei aqui e sabia que ia voltar com uma medalha seria mentira. Eu sempre acreditei que podia chegar, mas quando começa, é tudo diferente. Os profissionais que estão aqui me ajudaram muito e agradeço a todos. Se hoje estou aqui é muito pelo o apoio dos meus treinadores que sempre acreditaram em mim, muitas vezes até mais que eu. Tenho o sonho de estar nas Olimpíadas e meu resultado foi muito importante para eu continuar buscando, cada vez mais, este objetivo – analisou Vinicius Lanza.

CBDA Eliana Alves/ Mariana de Sá/ Souza Santos
Foto: CBDA/Divulgação




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