Friday, September 4, 2015

Cesar Cielo assina com Unicred e mira 50 m livre e 4×100 m livre nos Jogos do Rio


O nadador fechou parceria com a instituição financeira cooperativa e tem mais um suporte para seguir trabalhando na briga pela quarta medalha olímpica para a natação brasileira
São Paulo – O nadador Cesar Cielo anunciou suas prioridades para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016: “fazer um grande 50 m livre individual e nadar um dos melhores 100 m livre da vida no revezamento 4×100 m do Brasil”. Cesar Cielo recebeu a imprensa, nesta quarta-feira (3/9/2015), em São Paulo, para anunciar o seu novo patrocinador, a Unicred, instituição financeira cooperativa. O multimedalhista olímpico e mundial da natação e os vice-presidentes da Unicred do Brasil, Ricardo Roberto Alves e José Luís Barreto Alves, selaram a parceria assinando o contrato de dois anos.
“Veio para adicionar, me dar uma tranquilidade ainda maior para eu investir nos treinamentos. Ajuda bastante ter um parceiro tão forte como a Unicred. Só tenho a agradecer: muito obrigado.” O médico Ricardo Alves ressaltou que Cielo é cooperado da Unicred desde 2006. “E esse foi um dos motivos para ser o escolhido para dar visibilidade à nossa marca”, frisou.
Cesar Cielo falou que ainda tem “muita água pela frente” no tempo que falta até os Jogos do Rio, que é um nadador mais amadurecido do que quando ganhou o primeiro e único título olímpico da natação brasileira, em Pequim/2008, e que sabe “ouvir mais o seu corpo”. “Quero ser rápido!” O filho Thomas, que nasce neste mês de setembro – Cielo é casado com a modelo Kelly Gish – , será um estímulo extra. “Eu quero representar o meu país da melhor forma estando perto da minha família. Pode ser uma energia muito grande, uma motivação extra para, se Deus quiser, eu ser bem-sucedido no ano que vem.”
Sobre a lesão no ombro
“Não é grave, mas é aquela diferença do normal para a performance que o alto nível exige, aquele mínimo detalhe que faz a diferença na hora da competição. Estou muito melhor do que há três semanas. O objetivo é recuperar tanto a lesão quanto a confiança para eu poder fazer força como sempre fiz na piscina. Mas estou super tranquilo, tenho tempo de sobra. Em 2012, operei os dois joelhos e menos de dez meses depois fui campeão mundial. Não tenho dúvida de que em dezembro já estarei chegando perto da minha forma de novo.”
Próximas competições
“O Maria Lenk, o Evento-teste e os Jogos Olímpicos são as grandes competições do ano que vem. A última seletiva que a natação vai ter será muito importante – é ali que cada um vai confirmar sua vaga, o seu espaço no time. Os 50 m livre, com certeza, é o meu foco principal, assim como o revezamento 4×100 m livre. O revezamento é tão importante quanto os 50 m livre. Estou vendo uma chance de medalha para o Brasil no 4×100 m. Temos aí os times da França, Rússia e Austrália como grandes competidores… Os Estados Unidos também são, sempre, um grande adversário, mas eu diria que a gente entra aí, com o Brasil, entre esses cinco, e qualquer um pode levar.”
Revezamento 4×100 m livre
“Os 100 m livre é uma prova que está mais para o Matheus (Santana) e o Marcelo(Chieriguini), hoje os mais bem preparados do Brasil na distância. Estou pensando mais no revezamento. Se eu fizer um grande tempo no Maria Lenk ou na última seletiva posso até pensar, mas primeiro de tudo teria de ganhar desses dois, que estão nadando muito bem e acho que serão os representantes do Brasil nos 100 m livre na Olimpíada. Eu espero chegar no meu melhor porque eu quero fazer o meu melhor tempo dentro do revezamento. Vai ser importante uma superação do grupo para o Brasil brigar com a França, a Rússia… Na minha cabeça, o meu melhor tempo dentro do revezamento é mais importante. Por hoje, eu vou buscar a minha melhor prova nos 100 m livre pelo revezamento e tentar nadar um grande 50 m livre.”
Mais maduro do que em 2008
“Eu tinha 21 anos e hoje tenho 28. O corpo é diferente, o jeito é diferente. Mas hoje eu acho que me preparo melhor do que antes, respeito mais a minha nutrição, o meu descanso. Na verdade, não tem como comparar, mas não é questão de ser melhor ou pior, é diferente. Eu me sinto hoje, nas competições e nos treinos mesmo, muito mais no controle do que eu estou fazendo, entendendo o que estou fazendo, do que há sete, oito anos.”
Sobre adversários
“Minha forma de treinar, pensar e nadar não muda, não. Eu vou tentar fazer o meu tempo, a minha parte porque se eu não fizer isso eu não me coloco em uma situação para ganhar ou desafiar a prova em si. O meu objetivo principal sempre é baixar o meu tempo. Aí, a minha parte eu fiz e vai depender do decorrer dos outros acontecimentos para ver a posição em que posso ficar.”
Mundial de Kazan
“O Mundial não é um lugar ideal para enfrentar uma adversidade, mas estou vendo o lado positivo. Não foi na Olimpíada do Rio e tenho um ano para voltar aos 110%. Eu ainda me coloquei na final dos 50 m borboleta (foi 6º) no meu quinto Mundial. São dez anos indo a finais de Mundiais. Nós do esporte sabemos que é preciso superar o que passou. É bola pra frente, pensar no próximo objetivo, a Olimpíada do Brasil. Eu sou tricampeão mundial nos 50 m livre, bi nos 50 m borboleta, tenho recordes mundiais, não era vida ou morte para mim. Fica a decepção por não poder deixar o que se sabe na piscina. Para a Olimpíada, se vou ganhar ou perder, não sei, só quero sair da piscina com o melhor tempo da minha vida.”
Nova geração
“O processo de transição faz parte, como foi com o Gustavo Borges e o Xuxa (Fernando Scherer). A nova geração, em algum momento, vai atacar e tomar a frente desse novo grupo da natação. O Bruno Fratus, o Marcelo Chieriguini e o Matheus Santana… Assim que eles conseguirem o primeiro resultado importante, um título mundial, uma medalha olímpica, a transição ocorrerá naturalmente. É legal o país estar forte, com times de revezamentos, com medalhas em várias provas. A primeira vez que sentimos isso foi em Roma/2009, quando o Felipe França pegou medalha no peito, tivemos dois revezamentos em quarto… Sentimos que o grupo poderia ser forte. Mas é um caminho a longo prazo. Foi de lá para cá e hoje temos um time diferenciado, mais completo. Espero que seja uma crescente que não pare, que a gente faça uma transição com grandes resultados.”
Mudanças
“Não tenho medo de mudar. Não é porque está a um ano da Olimpíada que tem de ter receio de fazer mudanças. Elas são para melhorar, evoluir. Eu sempre acreditei em algumas coisas que me levaram ao patamar que alcancei, minha dedicação, meu comprometimento na forma como cuido da minha vida fora da piscina. Mas algumas coisas, independentemente de ter a temporada perfeita na piscina, sempre podem melhorar, buscando tempos melhores a cada temporada. O importante é o resultado vir e eu fazer o que estiver nas minhas mãos para obter o meu melhor resultado possível.”
Parceria com o técnico Arilson Silva
“Tenho uma grande parceria com o Ari. As mudanças em si não afetam o que aconteceu. É uma lesão que não me deixa fazer o que sempre fiz na piscina. Mas as decisões foram as melhores que eu podia ter feito – venho sendo campeão, nos últimos anos, em todos os grandes campeonatos. As mudanças que eu fiz sempre foram as melhores, vieram com grandes resultados, mas esse ano foi atípico. Vou precisar rever algumas coisas, mas a moldura do que eu quero fazer para o ano que vem está pronta. É só tomar cuidado com alguns detalhes e com essa parte física.”

Fonte contra pé de jornalismo


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