Sem
tradição na natação feminina, o Brasil nunca conquistou uma medalha olímpica
nas piscinas. Para Joanna Maranhão, uma das nadadoras mais experientes do País,
que está em Santos disputando o Troféu José Finkel, o fraco desempenho é
reflexo do trabalho desenvolvido pela Confederação Brasileira de Desportos
Aquáticos (CBDA).
“Infelizmente o Brasil trabalha na bola da vez. Eu já fui a menina dos olhos da CBDA no ciclo de 2004. Ali eu não tinha a maturidade de perceber: porque tão dando tudo pra mim e não tão dando pros outros? Hoje enxergo isso e não aceito”, critica Maranhão.
“Infelizmente o Brasil trabalha na bola da vez. Eu já fui a menina dos olhos da CBDA no ciclo de 2004. Ali eu não tinha a maturidade de perceber: porque tão dando tudo pra mim e não tão dando pros outros? Hoje enxergo isso e não aceito”, critica Maranhão.
A
nadadora de 29 anos cobra uma política de massificação da natação feminina, em
que mais atletas tenham chance de competir fora do País. “Não temos que
depender de uma Etiene Medeiros, de uma Joanna Maranhão, tem que ter muitas
meninas rodando a nível mundial. Isso é uma crítica construtiva que precisa ser
feita”.
Para Joanna Maranhão, que tem 15 anos de seleção brasileira e três Olimpíadas no currículo, a “estratégia da CBDA é perigosa”. “Quando você investe em potenciais medalhistas, eles podem ou não ganhar medalha e no Rio não ganhamos medalha. Se a gente tivesse um trabalho mais justo, de estrutura igual para todo mundo, pode ser que o grupo tivesse capacidade maior e talvez nosso resultado seria melhor”.
A nadadora citou o judô feminino olímpico como uma referência positiva. “Em 2008, a Ketleyn Quadros foi a única medalha (bronze em Pequim). Em 2012 tivemos duas, com Sarah (Menezes, ouro) e Mayra (Aguiar, bronze). Agora (Rio-2016) tivemos duas de novo (Rafaela Silva, ouro, e Mayra, bronze). Por quê? Porque a confederação acordou pra isso. O trabalho que é dado pra uma (judoca) é dado pra todas. Com certeza deve ter problemas ali no judô, como toda confederação tem, mas a gente tem que olhar pra isso que deu certo”.
Joanna Maranhão também creditou os problemas da natação feminina brasileira ao fato de a CBDA ser dirigida há quase três décadas pelo mesmo dirigente, Coaracy Nunes Filho.
“Eu acho que alternância de poder é uma coisa importante. As pessoas do Brasil todo foram pra rua pedir impeachment, porque queriam uma alternância de poder de um governo que estava aí há 16 anos. O Coaracy está aí há 28 (anos), e não tem ninguém falando nada”.
CBDA rebate críticas
Em nota, o superintendente executivo da CBDA, Ricardo de Moura, rebateu as críticas de Joanna Maranhão. Segundo ele, desde os Jogos Olímpicos de 2012, a confederação “decidiu investir na natação feminina de forma exclusiva, com uma direção técnica para a modalidade”.
Para a CBDA, o Brasil teve resultados importantes na Rio-2016, como a medalha de bronze de Poliana Okimoto na maratona aquática (que não é disputada em piscinas) e a final disputada por Etiene Medeiros nos 50 metros livre (ela terminou em oitavo lugar).
A nota da confederação também destaca a classificação de todos os revezamentos femininos para a Rio-2016 “pela primeira vez na história” e cita “seis importantes torneios em que a natação feminina brasileira esteve presente no exterior, inclusive com a presença de Joanna”.
Os torneios listados foram: Grand Prix de Orlando (EUA), em fevereiro; Sulamericano Absoluto (Paraguai), em março; Treinamento em Altitude (EUA), em maio; Grand Prix Santa Clara (EUA), Marenostrum Canet (França) e Marenostrum Barcelona (Espanha), todos em junho.
A CBDA também lista uma série de resultados “de novas nadadoras que apareceram no cenário nacional com resultados internacionais”. Entre outras, estão: Fernanda Delgado (50 livre), 4x200 livre (Viviane Jungbut, Nathalia Almeida, Giovana Diamante e Natalia de Luccas) e 4x100 livre (Natalia de Luccas, Luana Ribeiro, Giovana Diamante e Nathalia Almeida), finalistas no Mundial Júnior 2013.
No Mundial de Curta 2014, a CBDA aponta a medalha de ouro de Etiene Medeiros nos 50m costas, com recorde mundial, assim como o ouro de Etiene no Panamericano de 2015 nos 100m costas.
No Mundial Júnior 2015, entre outros resultados, a CBDA destaca as finalistas nos 200m livre, Rafaela Raurich, e no 4x100 livre, com Raurich, Gabrielle Roncatto, Sarah Marques e Maria Paula Heitmann.
A CBDA também refutou a crítica de Maranhão a Coaracy Nunes Filho, presidente da entidade desde 1988. “Sobre a alternância de poder na CBDA, existe um processo democrático, ou seja, eleição. É preciso só que os interessados estejam preparados, dispostos. As críticas são sempre bem-vindas e a CBDA está aberta a sugestões e quer contar com a participação dos atletas, mas feita de forma construtiva. Não adianta atacar a entidade e não se dispor a ajudar. Precisamos de união”.
Para Joanna Maranhão, que tem 15 anos de seleção brasileira e três Olimpíadas no currículo, a “estratégia da CBDA é perigosa”. “Quando você investe em potenciais medalhistas, eles podem ou não ganhar medalha e no Rio não ganhamos medalha. Se a gente tivesse um trabalho mais justo, de estrutura igual para todo mundo, pode ser que o grupo tivesse capacidade maior e talvez nosso resultado seria melhor”.
A nadadora citou o judô feminino olímpico como uma referência positiva. “Em 2008, a Ketleyn Quadros foi a única medalha (bronze em Pequim). Em 2012 tivemos duas, com Sarah (Menezes, ouro) e Mayra (Aguiar, bronze). Agora (Rio-2016) tivemos duas de novo (Rafaela Silva, ouro, e Mayra, bronze). Por quê? Porque a confederação acordou pra isso. O trabalho que é dado pra uma (judoca) é dado pra todas. Com certeza deve ter problemas ali no judô, como toda confederação tem, mas a gente tem que olhar pra isso que deu certo”.
Joanna Maranhão também creditou os problemas da natação feminina brasileira ao fato de a CBDA ser dirigida há quase três décadas pelo mesmo dirigente, Coaracy Nunes Filho.
“Eu acho que alternância de poder é uma coisa importante. As pessoas do Brasil todo foram pra rua pedir impeachment, porque queriam uma alternância de poder de um governo que estava aí há 16 anos. O Coaracy está aí há 28 (anos), e não tem ninguém falando nada”.
CBDA rebate críticas
Em nota, o superintendente executivo da CBDA, Ricardo de Moura, rebateu as críticas de Joanna Maranhão. Segundo ele, desde os Jogos Olímpicos de 2012, a confederação “decidiu investir na natação feminina de forma exclusiva, com uma direção técnica para a modalidade”.
Para a CBDA, o Brasil teve resultados importantes na Rio-2016, como a medalha de bronze de Poliana Okimoto na maratona aquática (que não é disputada em piscinas) e a final disputada por Etiene Medeiros nos 50 metros livre (ela terminou em oitavo lugar).
A nota da confederação também destaca a classificação de todos os revezamentos femininos para a Rio-2016 “pela primeira vez na história” e cita “seis importantes torneios em que a natação feminina brasileira esteve presente no exterior, inclusive com a presença de Joanna”.
Os torneios listados foram: Grand Prix de Orlando (EUA), em fevereiro; Sulamericano Absoluto (Paraguai), em março; Treinamento em Altitude (EUA), em maio; Grand Prix Santa Clara (EUA), Marenostrum Canet (França) e Marenostrum Barcelona (Espanha), todos em junho.
A CBDA também lista uma série de resultados “de novas nadadoras que apareceram no cenário nacional com resultados internacionais”. Entre outras, estão: Fernanda Delgado (50 livre), 4x200 livre (Viviane Jungbut, Nathalia Almeida, Giovana Diamante e Natalia de Luccas) e 4x100 livre (Natalia de Luccas, Luana Ribeiro, Giovana Diamante e Nathalia Almeida), finalistas no Mundial Júnior 2013.
No Mundial de Curta 2014, a CBDA aponta a medalha de ouro de Etiene Medeiros nos 50m costas, com recorde mundial, assim como o ouro de Etiene no Panamericano de 2015 nos 100m costas.
No Mundial Júnior 2015, entre outros resultados, a CBDA destaca as finalistas nos 200m livre, Rafaela Raurich, e no 4x100 livre, com Raurich, Gabrielle Roncatto, Sarah Marques e Maria Paula Heitmann.
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Joanna
cobra dos dirigentes uma estrutura igual para nadadoras (Foto: Martin
Bureau/AFP)
Por RÉGIS
QUERINO
publicado por Francismar Siviero
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