Primeira
nadadora a conquistar medalha de ouro em Mundiais, pernambucana de 23 anos diz
estar cada dia mais motivada para a olimpíada brasileira
A carreira
da nadadora pernambucana Etiene Medeiros sofreu uma verdadeira
transformação em 2014. Em dezembro, a jovem de 23 anos cravou seu nome na
história do esporte nacional como a primeira brasileira e conquistar uma
medalha de ouro em um Mundial de Natação, em Doha, no Catar, na prova de 50 m
costas. O resultado fez com que a jovem deixasse de ser uma promessa para
se consolidar como esperança real do Brasil para os Jogos Olímpicos de 2016, no
Rio de Janeiro. Mais bronzeada que de costume após férias em sua terra natal,
Recife, Etiene retornou aos treinos na equipe do Sesi, em São Paulo, e falou
sobre o novo patamar que atingiu. Ainda se acostumando ao assédio
de jornalistas e fãs, distribuiu sorrisos após um cansativo
treinamento e garantiu estar cada vez mais preparada para os próximos
desafios. "Minha vida mudou, de fato, mas estou tentando ser o mais
natural possível."
A campeã
mundial falou sobre a dura rotina de uma nadadora de elite e contou que
não costuma passar vontade na hora das refeições. Cada vez popular nas redes
sociais, diz ser tímida, apesar de ter mostrado bastante desenvoltura diante
das lentes dos fotógrafos. "Falam que sou musa, dou risada."
Ela sabe
que ainda tem um longo caminho a percorrer até a Olimpíada. No Mundial de
Doha, conquistou duas medalhas de ouro, nos 50 metros costas e no revezamento
livre 4x50 metros livre, mas nenhuma destas provas faz parte do circuito
olímpico. Suas melhores marcas foram conquistadas em piscina de 25 metros,
metade do tamanho de uma piscina olímpica, em que há menos viradas,
justamente uma de suas especialidades. Mas nada disso diminui a motivação
da pernambucana.
Seu
treinador, Fernando Vanzella, ressalta que Etiene vem obtendo resultados
expressivos também em piscinas longas, o que justica a enorme
expectativa para os Jogos do Rio, em 2016. “A Etiene tem três boas
provas olímpicas, o 100 metros costas, o 100 metros borboleta e os 50
metros livre. O objetivo é alcançar as finais olímpicas.” No momento, seu
melhor tempo na prova de 100 metros em piscina longa é 1m00s82, ainda distante
do recorde mundial, de 58s12, da britânica Gemma Spofforth, em 2009. Neste
ano, Etiene garantiu índice nesta prova para o Mundial de Kazan, na Rússia,
entre julho e agosto, em piscina longa, e servirá para avaliar o desenvolvimento
da brasileira.
O que mudou
em sua vida depois de seu feito inédito? Já se acostumou com a nova realidade? Minha
vida mudou, de fato, mas estou tentando ser o mais natural possível e levar
isso como motivação. As pessoas estão acreditando muito mais em mim e eu
também. Tenho um grande objetivo para 2016.
Como é a
rotina de um nadador profissional? É bem cansativo, durmo
cedo, acordo cedo. Tenho nove treinos de duas horas dentro da piscina
durante a semana, mais cinco treinos fora da água, fisioterapia... mas é
prazeroso, porque estou em busca de um objetivo, e por isso todo treino é um
desafio.
Você tem
alguma restrição alimentar?Como toda menina, amo chocolate, e não abro mão.
Cresci no Nordeste com uma alimentação muito rica, com macaxeira, inhame,
cuscuz, pamonha, tapioca. Comia tudo isso, mesmo sem saber que dava tanta
energia, e sigo comendo até hoje. Nosso corpo é a referência para o treino,
então não posso comer fritura nem muita carne vermelha. Mas, claro, no fim de
semana, dou minhas escapadas, né?
Como foram
as mudanças para o Rio de Janeiro e depois para São Paulo? Tinha 20 anos
quando sai de casa. Primeiro morei em uma república com amigas, mas a mudança
mais radical na minha carreira foi quando passei a morar sozinha. A partir daí,
me acostumei a resolver minhas coisas, comprar comida, arrumar a casa. Isso me
deu maturidade também para tocar minha carreira e focar mais nos meus
objetivos.
Quando você
percebeu que poderia ser uma atleta de elite? Entrei para a seleção
brasileira em 2008, mas o ponto de passagem foi o Pan-Americano de
Guadalaraja em 2011, quando nadei mal e pensei: "Agora preciso mudar,
trabalhar mais forte para ser uma atleta de verdade." Na dificuldade,
consegui crescer.
Mesmo
depois de treinar muito bem, acontece de no dia da prova dar tudo errado? Sim.
O fator psicológico pesa bastante e por isso é trabalhado todos os dias. E às
vezes o atleta pode estar um pouco doente, não se sentir bem, e até o clima
afeta. O mais importante é sempre pensar positivo, porque se ficar abatido o
resultado não vai ser bom. O importante é sempre dar o máximo.
Seus
melhores resultados foram no nado costas. Você pretende focar nesta
prova ou pensa em outros estilos? Comecei a ter bons resultados na
prova de 50 metros livre e estou me focando nesta prova e na de 100 metros
costas. Nestas já sou campeã brasileira, mas pretendo bater índice olímpico e
nadar bem no Pan-Americano e Mundial. Os 100 metros costas é o meu amor,
é uma prova que me deixa muito nervosa, mas quero muito um resultado. Vou
trabalhar muito e espero que o resultado venha.
Na hora das
competições, você escuta os gritos da arquibancada? A única pessoa que
consigo escutar é meu pai. Escuto ele gritando: "Vai Nina!" Ele,
minha mãe e meu irmão estavam em Doha e me deram muita força, adoro tê-los por
perto.
Muitas
atletas já reclamaram da falta de apoio à natação feminina. Algo mudou depois
do seu título mundial? Meu feito ainda é muito recente, não dá para falar
em mudança, mas a CBDA está me apoiando há um bom tempo, assim como
os meus patrocinadores, que são os Correios, a Speedo, a Marinha do Brasil
e o Sesi-SP. Desde que separaram as seleções masculina e feminina, temos
recebido mais apoio. A CBDA está investindo nas meninas e acho
que vai investir cada vez mais. Nunca tive do que reclamar.
Você tem
padrão de vida bom? Como é sua rotina em São Paulo? Não gosto de gastar
dinheiro (risos), prefiro juntar, pensar lá na frente, ter uma vida
estável, e levo uma vida tranquila. Moro perto do Sesi, o que é essencial em
São Paulo, porque trânsito é muito estressante. Não fico muito na cidade, estou
sempre viajando. Mesmo fora de competição, vou para o sítio do meu namorado, em
Itatiba, ou dou uma fugidinha para Ubatuba, pego praia. Meu treinador gosta de
me dar esse momento de relaxamento, é essencial para um atleta.
O governo
concedeu pensão vitalícia à ex-ginasta e esquiadora Lais Souza, que ficou
tetraplégica em acidente durante um treino. O que você achou da medida? Não
sei, não li muito sobre este caso. Mas acho que qualquer atleta está
vulnerável a este tipo de fatalidade. É surpreendente a forma como ela está se
superando e se recuperando, é um exemplo para todos. Acho correto o apoio, mas
todo mundo está sujeito a um acidente, não só os atletas, qualquer pessoa. O
importante é ajudar o próximo e o governo tem de se preocupar com isso.
E o caso de
doping do nadador João Gomes Júnior no Mundial, te surpreendeu? Existe um
cuidado grande da sua equipe em relação às substâncias proibidas? Sim,
temos acompanhamento de médico, nutricionista, tomamos vários cuidados. Também
não estou muito informada sobre o caso do João, não conversei com ele. Ele vai
ser julgado e acho que no momento é melhor esperar para comentar algo.
Você é
ativa nas redes sociais, gosta do carinho dos fãs? Acompanho, gosto
bastante desta interação, mas acho muito engraçado. Tem gente que fica me
chamando de musa, comenta nas minhas fotos. Eu dou risada.
Pensa em
trabalhar como modelo? Não, jamais! Quero ser reconhecida pelo meu
trabalho na piscina, quero ser musa só na piscina mesmo. Sou muito tímida.
A confiança do treinador Fernando Vanzella Chefe da equipe do Sesi-SP
e coordenador da seleção brasileira feminina de natação
Desde que
chegou a São Paulo, em 2013, Etiene recebe cuidados especiais do treinador
Fernando Vanzella, o Vanza, um dos mais respeitados profissionais da natação no
país. Ele conta quais são os pontos fortes de Etiene e o que ela precisa para
se consolidar como uma das melhores do mundo.
“A Etiene
tem uma saída muito desenvolvida, do nível das melhores do mundo. É muito
rápida, mas agora precisa trabalhar resistência, para que complete uma prova
mais longa. Ela evoluiu muito nos últimos anos e a vejo cada vez melhor,
consciente, uma profissional muito mais envolvida no trabalho."
“Aguns
detalhes foram detectadas pelas avaliações biomecânicas e podem ser
melhorados. Por exemplo, as primeiras braçadas, principalmente do lado
esquerdo, podem ficar mais fortes e estamos trabalhando para ganhar milésimos
de segundo que podem ser preciosos.”
O
especialista explica as diferenças entre as provas de piscina curta – como
aquela em que Etiene conquistou o ouro no Mundial de Doha – e as de piscina
longa, como as da Olimpíada. “Numa piscina longa, de 50 metros, prevalece mais
o nado limpo, e na de 25 metros a virada submersa conta mais. Os nadadores bons
em virada, como Etiene, levam vantagem em piscina curta.”
FOTO SATIRO SODRÉ
Fonte VEJA
ABRIL http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/campea-mundial-etiene-medeiros-ja-sonha-com-rio-2016-acredito-cada-vez-mais
by Francismar Siviero 180.000 VISUALIZAÇÕES/MÊS NA WEB
PARA CURTIR CLICAR NO LINK
E-MAIL: francisswim@gmail.com
FONE 555191415266
SIGA-ME PELO www.twitter.com/francisswim
BLOG FRANCISSWIM http://francisswim.blogspot.com.br/
WhatsApp 5197226748
Já conhece o comparador de preços feito especialmente para você, amante do esporte? Encontre tudo o que procura no http://finalshopping.com.br
No comments:
Post a Comment