FOTO Mônica
Veloso completou a primeira travessia Mar Grande – Salvador no ano de 1997, em
três horas e 50 minutos / Foto: Arquivo recordista
A
baiana Rita Mônica de Cássia Silva Andrade Veloso, que é conhecida apenas como
Mônica Veloso, entra para o RankBrasil em 2015 pelo recorde de Primeira
paratleta a concluir a travessia Mar Grande – Salvador (Baía de Todos os Santos,
na Bahia).
A
nadadora superou seus próprios limites ao realizar o percurso em 1997,
completando a prova em três horas e 50 minutos. No ano de 1998, com mais
experiência fez novamente o trecho em três horas e 36 minutos. O trajeto é de
12 km em linha reta, mas como ela precisa sair da rota para driblar as marés,
nada aproximadamente 2 km a mais.
De
acordo com a paratleta, para o portador de deficiência as correntes marítimas
são o maior obstáculo. “Como não bato as pernas tenho que vencer esse desafio
no braço. Meu grande diferencial foi procurar o melhor percurso, com correntes
mais favoráveis”, destaca.
A
recordista começou as travessias em mar aberto em 1985 e já completou 210
maratonas, com provas no Brasil e também em outros países como Estados Unidos,
Costa Rica, México, Argentina, Alemanha e Chile. “O mar me atrai principalmente
porque muitas vezes o mesmo percurso é diferente a cada maré”, revela.
Conforme
ela, nadar em piscina é mais difícil por não conseguir cair do bloco de
largada, fazer virada olímpica e nem dar impulsos com as pernas. “No mar eu me
sinto mais livre, sem monotonia. É tudo de forma imprevista: é necessário
superar etapa por etapa, a cada metro”.
Mônica diz que o recorde junto ao RankBrasil é uma valorização de todo esforço e dedicação. “Vencer um desafio desse porte é muito bom. É uma superação física e psicológica”. Segundo a baiana, esse reconhecimento a leva para novos projetos. “Isso me faz mais responsável perante aqueles que querem tentar um título brasileiro, pois me torno uma referência”.
Para a nadadora, ao mesmo tempo o recorde transforma o paratleta em um produto confiável aos olhos da sociedade, da comunidade esportiva, da mídia e do empresariado. “O que com certeza abre muitas portas para futuros patrocínios”, afirma.
Dificuldades
Mônica é formada em Licenciatura em Desenho e Plástica pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e atuou como professora durante 14 anos. Teve poliomielite ainda criança e começou a nadar por recomendação médica. A doença comprometeu ambos os membros inferiores: já fez uso de órtese progredindo para muletas/bengala e atualmente, aos 56 anos, precisa de cadeira de rodas para se locomover.
Mônica diz que o recorde junto ao RankBrasil é uma valorização de todo esforço e dedicação. “Vencer um desafio desse porte é muito bom. É uma superação física e psicológica”. Segundo a baiana, esse reconhecimento a leva para novos projetos. “Isso me faz mais responsável perante aqueles que querem tentar um título brasileiro, pois me torno uma referência”.
Para a nadadora, ao mesmo tempo o recorde transforma o paratleta em um produto confiável aos olhos da sociedade, da comunidade esportiva, da mídia e do empresariado. “O que com certeza abre muitas portas para futuros patrocínios”, afirma.
Dificuldades
Mônica é formada em Licenciatura em Desenho e Plástica pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e atuou como professora durante 14 anos. Teve poliomielite ainda criança e começou a nadar por recomendação médica. A doença comprometeu ambos os membros inferiores: já fez uso de órtese progredindo para muletas/bengala e atualmente, aos 56 anos, precisa de cadeira de rodas para se locomover.
Conforme
a recordista, a acessibilidade é a principal dificuldade no país, além da
ausência de políticas públicas de saúde e a falta de equipamentos de qualidade
para garantir a mobilidade das pessoas. Segunda ela, outras reivindicações
importantes que beneficiariam a todos os deficientes são a abertura de
qualificiação de mão de obra e do mercado de trabalho, e transporte público que
respeite cada limitação.
FOTO De
acordo com a recordista, para o portador de deficiência as correntes marítimas
são o maior obstáculo do percurso / Foto: Arquivo recordista
Enquanto
paratleta, afirma que a credibilidade só chega depois de muita luta e de
mostrar a capacidade. “Sem um apoio é um grande desafio”. Outro obstáculo,
segundo Mônica, é a ausência de estrutura de treinamento e recursos para uma
boa preparação. “O paratleta no Brasil encurta sua carreira por falta de
estímulo e de uma política que garanta a competitividade por mais tempo”,
comenta.
Conquistas
e novos desafios
Além de ser a única paratleta a realizar tantas travessias em mar aberto, Mônica destaca outras conquistas como o recorde mundial dos 1500m nado livre, recorde americano dos 800m nado livre, três recordes brasileiros em circuito paralímpico do Comitê Paralímpico Brasileiro e três recordes norte/nordeste paralímpico.
Além de ser a única paratleta a realizar tantas travessias em mar aberto, Mônica destaca outras conquistas como o recorde mundial dos 1500m nado livre, recorde americano dos 800m nado livre, três recordes brasileiros em circuito paralímpico do Comitê Paralímpico Brasileiro e três recordes norte/nordeste paralímpico.
A
baiana também foi a paratleta do Ano pela Associação Brasileira de Desporto em
Cadeira de Rodas (ABRADECAR) e várias vezes paratleta do Ano pela
Superintendência do Desporto do Estado da Bahia e pela Associação Baiana dos
Cronistas Desportivos (ABCD).
Ela
ainda conquistou vários prêmios de mídias esportivas. “Ter vencido provas de
piscina e mar aberto com correntes, com menos deficiência e muito menos idade
foi compensador. Mas minha grande conquista foi a travessia Mar Grande –
Salvador”, comenta.
Entre
os novos desafios, Mônica gostaria de realizar a volta na Estátua a Liberdade
(Estados Unidos), a travessia Capri – Nápoles (Itália) e o Estreito de
Gibraltar (entre Europa e África). “Com certeza farei novamente a travessia Mar
Grande – Salvador, desta vez em família, com meu filho que fez o trajeto uma
vez e com minha irmã, também nadadora, que já realizou o percurso cinco vezes e
é minha grande incentivadora”.
Modelo
PPNE
A recordista também é modelo fotográfico para Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais (PPNE). “Ao conquistar novos espaços busco uma igualdade de valores”, diz. Segundo ela, ao se lançar como modelo PPNE conseguiu mostrar que a perfeição está na atitude e a realização está na coragem. “A vontade de ampliar essas possibilidades está na trilogia: eu quero, eu posso, eu consigo. Nada me impede de nada”, finaliza.
A recordista também é modelo fotográfico para Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais (PPNE). “Ao conquistar novos espaços busco uma igualdade de valores”, diz. Segundo ela, ao se lançar como modelo PPNE conseguiu mostrar que a perfeição está na atitude e a realização está na coragem. “A vontade de ampliar essas possibilidades está na trilogia: eu quero, eu posso, eu consigo. Nada me impede de nada”, finaliza.
Redação:
RankBrasil
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FRANCISMAR SIVIERO
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