Ceclimar
realiza ações de consciência ambiental | Foto: Mauro Schaefer
Por
mais incrível que possa parecer, ilhas de lixo estão sendo formadas nos
oceanos. Só no Pacífico, existem duas, uma delas maior do que o território dos
EUA. Esses resíduos circulam por causa das correntes marítimas e muitos deles
são lançados ao mar por navios. O pesquisador do Centro de Estudos Costeiros,
Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) Ignácio Benites Moreno conta que já
encontrou no mar gaúcho até mesmo embalagem de xampu da Grécia. “O plástico é
um grande problema. A produção é tão grande que não se sabe o que fazer com
ele”, diz. Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis),
publicados em 2014, mostram que foram coletadas 64 toneladas de resíduos
sólidos urbanos no Brasil em 2012. Grande parte das embalagens não é reciclada
e acaba poluindo a natureza, incluindo rios, lagoas e o mar. Moreno destaca que
nos últimos 20 anos a quantidade de lixo no mar aumentou muito e a consequência
é diminuição de diversas espécies. Em cerca de 70% das tartarugas encontradas
mortas ou resgatadas são constatados resíduos no trato gastrointestinal.
“As
tartarugas marinhas estão ameaçadas de extinção”, afirma, lembrando que outros
animais também são prejudicados. “As espécies marinhas acabam ingerindo o
plástico, que cria uma sensação de saciedade. Elas morrem de inanição”,
observa. A degradação do ambiente é causada também pelo despejo de esgoto
não tratado nas águas e pelo lançamento de agrotóxicos. “Se continuar assim,
vai ocorrer um colapso”, salienta. Segundo Moreno, a forma de as pessoas
contribuírem para o ecossistema inclui atitudes que vão além de não jogar o
lixo no mar. É preciso consumir menos materiais com embalagens que serão
descartadas. Outra providência é optar por produtos orgânicos, cuja produção
não poluirá o meio ambiente.
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