Técnico
de Fernando Scherer em 1996 e apoiador de chapa concorrente à eleição na
Confederação, Carlão lamenta investigações e prevê tempo para recuperar o
esporte
A crise
que assola a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) ecoa por
todo o país. E o presidente da Federação Aquática de Santa Catarina (FASC),
Carlos Camargo, ex-técnico de Fernando Scherer, o Xuxa, medalhista olímpico em
1996, enxerga que há uma grave mancha na imagem no esporte diante das
investigações realizadas pela Polícia Federal e Ministério Público. Sem demonstrar
surpresa com as ações recentes da PF, Carlão manifestou o desejo de um
processo de investigação breve e eficiente, com o intuito de sanar os problemas
para que a rotina dos esportes aquáticos volte a normalidade.
Na
manhã desta quinta-feira, o presidente afastado da CBDA, Coaracy Nunes, foi
preso pela Polícia Ferderal, no Rio de Janeiro, na operação "Águas
Claras", que investiga desvios de recursos públicos repassados à
Confederação. Junto dele, mais três mandados de prisão preventiva foram
cumpridos: érgio Ribeiro Lins de Alvarenga (diretor financeiro) e Ricardo
Cabral (coordenador do polo aquático). Ricardo de Moura, superintendente da
CBDA, considerado foragido até a tarde de quinta-feira.
Diante desse turbilhão, há um processo eleitoral na CBDA, que está suspenso por conta de uma liminar, concedida no início de março. Carlos Camargo apoia uma das duas chapas candidatas à nova gestão da Confederação. Carlão, como é conhecido, auxilia o grupo que contém representantes das federações de Santa Catarina e Bahia - encabeçado por Sérgio Silva e Marcelo Amim, ex-presidente da FASC, como vice.
Diante desse turbilhão, há um processo eleitoral na CBDA, que está suspenso por conta de uma liminar, concedida no início de março. Carlos Camargo apoia uma das duas chapas candidatas à nova gestão da Confederação. Carlão, como é conhecido, auxilia o grupo que contém representantes das federações de Santa Catarina e Bahia - encabeçado por Sérgio Silva e Marcelo Amim, ex-presidente da FASC, como vice.
- De
uma forma bem clara e definitiva, independente do processo eleitoral vigente na
CBDA, quem herdar a Confederação vai demorar alguns anos para poder sanar os
prejuízos a imagem. Vai demorar algum tempo. A imagem de salvador da pátria,
que se possa fazer do candidato “A”, “B”, ou “C”, é uma coisa fictícia, não vai
existir um salvador da pátria. Vai demorar muito tempo para limpar a imagem que
está sendo arranhada, pois o que está sendo arranhada é a imagem do esporte,
não é a do “Fulano A”, “B” ou “C” – lamentou, Carlos Camargo.
Quem
herdar a Confederação vai demorar alguns anos para poder sanar os prejuízos a
imagem
Carlos
Camargo
Em
entrevista ao GloboEsporte.com, Carlos Camargo enxerga que há um processo
eleitoral manchado, que há também uma disputa política que traz malefícios ao
esporte brasileiro, causando um racha, independente da futura gestão eleita.
Carlos Camargo, como ex-técnico, também analisou a crise técnica da natação que
teve uma única medalha nas Olimpíadas do Rio, em 2016.
Como
você vê o cenário de investigações sobre a CBDA?
Eu vejo tudo um pouco estarrecido, pois a terceira vara do Rio de Janeiro havia inocentado a CBDA de todas as acusações que haviam sido feitas anteriormente. A gente não concorda com qualquer coisa ilícita, é uma coisa bem clara, que tudo que esteja acontecendo agora tem que ser o apurado o mais rápido possível. Pois, onde é que está essa verdade, essa justiça? Está no Rio ou em São Paulo? Aguardo o mais breve essa definição, eu e a Federação Aquática de Santa Catarina, que sempre se posicionou de uma forma correta no esporte brasileiro. Queremos seguir os rumos normais daquilo que está se desenvolvimento.
Eu vejo tudo um pouco estarrecido, pois a terceira vara do Rio de Janeiro havia inocentado a CBDA de todas as acusações que haviam sido feitas anteriormente. A gente não concorda com qualquer coisa ilícita, é uma coisa bem clara, que tudo que esteja acontecendo agora tem que ser o apurado o mais rápido possível. Pois, onde é que está essa verdade, essa justiça? Está no Rio ou em São Paulo? Aguardo o mais breve essa definição, eu e a Federação Aquática de Santa Catarina, que sempre se posicionou de uma forma correta no esporte brasileiro. Queremos seguir os rumos normais daquilo que está se desenvolvimento.
Como
está sendo o processo eleitoral, em meio a essas investigações?
O Coaracy já saiu da Confederação (o mandato terminou no início de março), foi colocado um administrador provisório e não um interventor, como estão falando, até o momento de uma nova eleição. Estamos pedindo para que o processo de eleição seja o acelerado, mas ainda não há uma data.
O Coaracy já saiu da Confederação (o mandato terminou no início de março), foi colocado um administrador provisório e não um interventor, como estão falando, até o momento de uma nova eleição. Estamos pedindo para que o processo de eleição seja o acelerado, mas ainda não há uma data.
Como você
está enxergando o processo de campanha eleitoral?
Para mim está manchado. E o que que a gente, de uma forma muito clara, discorda é do tipo de política de “terra arrasada” que estão fazendo, e que vem do centro do país, que vem para rasgar todo o legado que foi feito. E isso é contraproducente para quem vai assumir a Confederação depois. Seja para o candidato A, B ou C. Se isso acontecer, vamos ter um racha ainda maior, muito mais difícil de lidar.
Para mim está manchado. E o que que a gente, de uma forma muito clara, discorda é do tipo de política de “terra arrasada” que estão fazendo, e que vem do centro do país, que vem para rasgar todo o legado que foi feito. E isso é contraproducente para quem vai assumir a Confederação depois. Seja para o candidato A, B ou C. Se isso acontecer, vamos ter um racha ainda maior, muito mais difícil de lidar.
Existe
uma crise técnica, considerando os resultados ruins nos Jogos do Rio?
A crise de imagem me parece que vai demorar muitos anos, mas a crise técnica não me parece que vai demorar, não. Tivemos o ouro do Brandonn (em 2015, em Cingapura), temos bons jovens, nós apresentamos muitas promessas nas categorias inferiores. Eles foram para a Olimpíada do Rio e desempenharam o seu papel de forma modesta, mas dentro do esperado. O Brasil vem crescendo, o número de finais no Brasil não foi ruim, mas não teve a medalha. Em 96, em Atlanta, teve a medalha do Fernando (bronze) e as do Gustavo (Borges, prata e bronze). Nas edições seguintes, tivemos as medalhas do Cielo (Pequim,2008, com ouro e bronze), teve o Thiago Pereira (prata, em Londres), da Poliana (Okimoto, bronze em 2016). A natação do Brasil tem uma participação de uma ou duas medalhas, esse é o histórico.
A crise de imagem me parece que vai demorar muitos anos, mas a crise técnica não me parece que vai demorar, não. Tivemos o ouro do Brandonn (em 2015, em Cingapura), temos bons jovens, nós apresentamos muitas promessas nas categorias inferiores. Eles foram para a Olimpíada do Rio e desempenharam o seu papel de forma modesta, mas dentro do esperado. O Brasil vem crescendo, o número de finais no Brasil não foi ruim, mas não teve a medalha. Em 96, em Atlanta, teve a medalha do Fernando (bronze) e as do Gustavo (Borges, prata e bronze). Nas edições seguintes, tivemos as medalhas do Cielo (Pequim,2008, com ouro e bronze), teve o Thiago Pereira (prata, em Londres), da Poliana (Okimoto, bronze em 2016). A natação do Brasil tem uma participação de uma ou duas medalhas, esse é o histórico.
Mas,
pelo investimento, era esperado uma evolução, não?
No Rio (2016) não teve, teve na maratona aquática. Politicamente, em ano de eleição, a responsabilidade pela “não-medalha” é da CBDA. Vi muita gente falando de forma pública sobre o “péssimo desempenho” na Olimpíada. Nos últimos anos o máximo que conseguimos foram três medalhas, e depois uma ou outra, em sequência. Da média, a gente caiu para zero, não foi bom, não foi bom, claro. A gente esperava alguma medalha, mas não veio. Aí se coloca a culpa na CBDA, parece jogo de futebol, quando perde o técnico é o culpado. É um esforço coletivo, de atletas, técnico, dirigente de clubes e de Federações. A gente não combinou com eles, com os outros países, de que era a hora do Brasil ganhar medalhas. A Poliana foi lá e ganhou a medalha dela. Parabéns. Ela conseguiu, isso é ótimo. A entrevista do Fratus (Bruno, que foi irônico em entrevista ao Sportv) repercute até hoje. Ninguém foi lá para brincar, ninguém foi lá sem o devido preparo. Todos nós perdemos, não só os atletas.
No Rio (2016) não teve, teve na maratona aquática. Politicamente, em ano de eleição, a responsabilidade pela “não-medalha” é da CBDA. Vi muita gente falando de forma pública sobre o “péssimo desempenho” na Olimpíada. Nos últimos anos o máximo que conseguimos foram três medalhas, e depois uma ou outra, em sequência. Da média, a gente caiu para zero, não foi bom, não foi bom, claro. A gente esperava alguma medalha, mas não veio. Aí se coloca a culpa na CBDA, parece jogo de futebol, quando perde o técnico é o culpado. É um esforço coletivo, de atletas, técnico, dirigente de clubes e de Federações. A gente não combinou com eles, com os outros países, de que era a hora do Brasil ganhar medalhas. A Poliana foi lá e ganhou a medalha dela. Parabéns. Ela conseguiu, isso é ótimo. A entrevista do Fratus (Bruno, que foi irônico em entrevista ao Sportv) repercute até hoje. Ninguém foi lá para brincar, ninguém foi lá sem o devido preparo. Todos nós perdemos, não só os atletas.
Entenda
o caso
A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira o ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes, durante a operação Águas Claras, contra esquema de desvios de recursos públicos repassados ao órgão. Coracy teve seu mandato encerrado no dia 9 de março, e desde então a entidade está sendo administrada provisoriamente pelo advogado Gustavo Licks.
Além de Coaracy, houve mais três mandados de prisão preventiva. Destes, dois foram presos: Sérgio Ribeiro Lins de Alvarenga (diretor financeiro) e Ricardo Cabral (coordenador do polo aquático). Ricardo de Moura, superintendente da CBDA, considerado foragido, mas deve se apresentar à polícia.
Além dos mandados de prisão preventiva, na operação outras quatro pessoas foram conduzidas coercitivamente em São Paulo. Outros 16 mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Todas as medidas foram expedidas pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Os investigados responderão pelos crimes de peculato, associação criminosa e fraude a Lei de Licitações, sem prejuízo de outros crimes eventualmente apurados.
Denúncias de atletas e ex-atletas motivaram a operação que é parceria entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, com a participação da Controladoria-Geral da União. As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA.
A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira o ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes, durante a operação Águas Claras, contra esquema de desvios de recursos públicos repassados ao órgão. Coracy teve seu mandato encerrado no dia 9 de março, e desde então a entidade está sendo administrada provisoriamente pelo advogado Gustavo Licks.
Além de Coaracy, houve mais três mandados de prisão preventiva. Destes, dois foram presos: Sérgio Ribeiro Lins de Alvarenga (diretor financeiro) e Ricardo Cabral (coordenador do polo aquático). Ricardo de Moura, superintendente da CBDA, considerado foragido, mas deve se apresentar à polícia.
Além dos mandados de prisão preventiva, na operação outras quatro pessoas foram conduzidas coercitivamente em São Paulo. Outros 16 mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Todas as medidas foram expedidas pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Os investigados responderão pelos crimes de peculato, associação criminosa e fraude a Lei de Licitações, sem prejuízo de outros crimes eventualmente apurados.
Denúncias de atletas e ex-atletas motivaram a operação que é parceria entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, com a participação da Controladoria-Geral da União. As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA.
Fonte Globo
Esporte
Por Renan
Koerich Florianópolis
Coaracy
Nunes, ex-presidente da CBDA (Foto: Reprodução SporTV)
Carlos
Camargo, presidente da FASC (Foto: Arquivo Pessoal)
Publicado por Francismar Siviero
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