“Estou
no meu auge, mas ainda não cheguei onde posso chegar”, diz Felipe França, a
mais nova fera da natação Unisanta
O
atleta, especialista em nado peito, é o sexto reforço da Unisanta neste
ano para seu Projeto Tóquio – 2020. O técnico Márcio Latuf
disse que Felipe França é o melhor nadador do País, e que é importante confiar
não apenas na constelação de estrelas, mas também no miolo, na equipe como um
todo.
Saudado
como possivelmente “o melhor nadador do País” pelo técnico
Márcio Latuf e pelo Pró-Reitor Administrativo da Unisanta, Marcelo Teixeira, o
nadador Felipe França acredita que ainda pode trazer muitas
medalhas para o País, “com muito trabalho e a ajuda de Deus”.
Autoconfiante
e, ao mesmo tempo, mostrando humildade e espírito religioso, Felipe
França foi apresentado à imprensa nesta quarta-feira (15/2). Ele pensa que a
sua idade (completa 30 anos em maio) não será problema para as Olimpíadas de
Tóquio.
“Estou
no meu auge, mas ainda não cheguei ou posso chegar”, disse. “Eu me espelho em
atletas veteranos, como Nicholas Santos, que está com 37 anos”. Felipe
menciona sua experiência de três olimpíadas e os erros cometidos. “É preciso
aprender com erros do passado. Acredito que dá para conquistar medalhas em 2020
e até ganhar (pódios ) “se for a vontade de Deus”.
A mais
nova contratação da Unisanta prefere pensar antes no primeiro degrau, o Troféu
Maria Lenk, que começa em 2 de maio próximo, no Rio. Nessa competição, ele está
focado em obter índice para o Mundial Master de Natação, em Budapest, na
Hungria, de 10 a 20 de agosto. Para Budapest irão apenas 8
nadadores do Brasil. Felipe França terá que estar entre os 8 e ganhar a prova
dos 100m peito, que é muito difícil, segundo Márcio Latuf.
Como
está com os horários mais livres em São Paulo, França virá algumas vezes
para a Unisanta treinar e dar palestras às categorias de base. Mudar-se
para Santos é impossível no momento, mas, no futuro isso poderá ocorrer.
“Pode ser importante sair fora daquela estresse principalmente para os
motoqueiros (como ele). “Nada contra os motoqueiros”, brincou.
“Remando
contra maré”
“ O que
atraiu Felipe França para a Unisanta, que está remando contra a maré, atraindo
nadadores em um momento difícil para o País”. A essa pergunta de um jornalista,
Felipe França disse que ouviu Nicholas Santos falar muito bem do ambiente e das
condições oferecidas na equipe ceciliana. Ele gosta do Márcio
(Latuf) e também tinha boas referências sobre a equipe por meio de Ana Marcela
Cunha. Sabia também do espírito “visionário e empreendedor de Marcelo
Teixeira”.
“Enquanto
alguns clubes retêm, outros projetam. É na hora da crise que a gente cresce.
Desistir é muito fácil. Nadar contra maré faz diferença para o futuro”.
Quanto
às mudanças (de cidade), elas são sempre difíceis. É preciso se adaptar. Com o
tempo, talvez venha treinar na Unisanta com mais assiduidade e faça um
curso superior ou de especialização a distância na Instituição.
O
atleta elogiou o sistema da Universidade de fazer atividades com os atletas de
ponta, dirigidas às equipes de base, como palestras. “Eu não tive esse
tipo de espelho. É uma estratégia muito boa. Eu me espelhava em Gustavo
Borges e Eduardo Fisher”.
Para as
crianças e membros das equipes juvenis, Felipe França deu um conselho: “Sejam
obedientes ao seu técnico, aos líderes, às pessoas que estão nos direcionando”.
“Melhor
nadador do País”
Não
tenho dúvidas nenhuma de que Felipe França é o melhor nadador do País”,
declarou Márcio Latuf. Poucos atletas no Brasil chegaram onde ele chegou”.
Marcelo Teixeira também “se arriscou” a dizer o mesmo a respeito da
nova aquisição. A cada novo reforço que a Unisanta traz, nas equipes de base e
nas principais, Teixeira sente “muita alegria”, por estimular novos
talentos e seguir em direção a mais um ciclo olímpico. O dirigente citou
Poliana Okimoto, única medalhista na natação brasileira na Rio- 2016, e Ana
Marcela Cunha, várias vezes campeã mundial.
A
Reitora, Sílvia Teixeira Penteado, lembrou que na Unisanta é possível se
dedicar ao esporte e ao estudo, e disse que a Santa Cecília está honrada em
receber Felipe França. A presidente, Lúcia Teixeira, afirmou que Felipe França
é mais um grande atleta que se soma a outros de alto nível, “que já fez
história e continuará fazendo nesta escola-clube”.
“Top 3”
Com bom
humor, o técnico Márcio Latuf respondeu a uma pergunta dos jornalistas, sobre a
possibilidade da Unisanta chegar e permanecer no TOP 3 (ou 2) entre as
equipes brasileiras.
“Se a
Unisanta não ficar no TOP 3 estou na rua”, brincou. Ele está confiante na
equipe e no seu trabalho de 30 anos. Confia não apenas “na constelação de
estrelas mas também nos planetas menores, no miolo. E também na equipe
formada pelo técnico Gerson, pelo preparador físico, pela equipe
multidisciplinar, pela técnica dos juvenis, Maressa Nogueira, professora
de Educação Física. Destacou também a importância dos estagiários, que
acompanham os treinos das equipes mais jovens, segundo planilhas estabelecidas
pelos técnicos.
Felipe
França: muitas medalhas de ouro
O
atleta disputou três edições dos Jogos Olímpicos: em 2016 (Rio de Janeiro);
2012 (Londres), 2008 (Pequim). Na última edição, Felipe
quebrou o recorde sul-americano dos 100m peito com a marca de 59s01, o terceiro
melhor tempo das eliminatórias. Após avançar na semifinal, o nadador
terminou com a sétima colocação na prova dos 100m peito.
Foi
eleito o melhor nadador sul-americano de 2016 pelo portal especializado Swim
Swam. Eis algumas medalhas de ouro do atleta: nos Jogos Pan-Americanos de
Toronto (2015) – 100m peito; mais cinco medalhas de ouro no Campeonato Mundial
de Piscina Curta (2014), disputado em Doha, no Catar. As vitórias aconteceram
nos 50m e 100m peito, além dos revezamentos 4x50m e 4x100m medley e masculino,
e 4x50m medley misto.
Foi
ouro no Mundial de Xangai (2011) – 50m peito. Em 2010, foi ouro nos 50m
peito e bronze nos 100m peito e 4x100m medley no Mundial de Dubai, e no
Pan-Pacífico de Irvine – 50m peito; além de vice-campeão nos 50m peito do
Mundial de Roma (2009).
Natural
de Suzano, São Paulo, o atleta, que completará 30 anos em maio, começou
cedo na natação. “Foi logo aos quatro anos, por incentivo da mãe e por saúde
também, por causa de rinite alérgica, e a natação me ajudava a evitar esses
problemas”, diz.
No
início, ele teve dificuldades nas competições, quando tinha mais resultados
negativos do que positivos. Porém, recebeu apoio da família para continuar.
“Minha mãe sempre ia nas competições e dava aquele colo de mãe que a gente
precisa quando as coisas não dão certo”, registra Felipe França, em seu
site oficial.
Outras
aquisições recentes
Outros
atletas top da natação brasileira foram adicionados neste ano à equipe
ceciliana, entre eles Joana Maranhão, Leonardo de Deus, Carol Bilich e Thiago
Simon. Eles completam a equipe de ouro anterior, onde brilham nadadores como
Poliana Okimoto, Ana Marcela Cunha, Matheus Santana, Felipe Ribeiro, Gabi
Roncatto e Nicholas Santos.
Especialmente
em maratonas aquáticas, o caso do Brasil e da Unisanta é singular, lembra
Marcelo Teixeira. O Brasil tem cinco títulos da Copa do Mundo da FINA e foi o
único país na Rio-2016 representado por duas maratonistas, as duas da Unisanta:
Poliana Okimoto e Ana Marcela.
Fonte
Imprensa Unisanta por Elaine Saboya
Publicado por Francismar Siviero
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