POLO AQUÁTICO BRASILEIRO TERMINA SUA PARTICIPAÇÃO ENTRE OS GRANDES DA MODALIDADE NA RIO 2016

Valeu muito, mas com aquela sensação que este grupo podia ter chegado ainda mais longe, mas que hoje já faz parte do primeiro time da modalidade. No último dia do polo aquático masculino nos Jogos Olímpicos do Rio, a seleção brasileira perdeu num detalhe, numa vírgula para a Espanha por um gol: 9 a 8 (1-3, 2-1, 1-2, 4-3). A equipe brasileira terminou na 8ª posição, apresentando um time aguerrido, talentoso e com futuro promissor.

Os gols brasileiros foram de Bernardo Gomes (2), Felipe Silva (2), Gustavo 'Grummy' Guimarães (2), Bernardo Reis e Ádria Delgado. Para a Espanha marcaram o capitão Guillermo Molina Rios, Alberto Munarriz Egana, Marc Minguell Alferez (2), Balasz Sziranyi Somogyi (2) Albert Espanol Lifante e Roger Tahull Compte (2).

O jogo teve emoção, brilho, erros incríveis de finalização de parte a parte e grandes defesas dos dois goleiros (Soro defendeu um penalti para o Brasil). Depois de abrir o marcador, o Brasil viu a Espanha virar o placar e dominar o restante do quarto inicial. Mas no segundo quarto foi outro jogo, com o Brasil dificultando a vida do adversário e vencendo o período. Na terceira etapa, apesar da vitória espanhola, o jogo foi bem equilibrado. E no quarto derradeiro, nova vitória verde-amarela, insuficiente porém para segurar pelo menos o empate, que levaria para mais emoção, na famosa disputa de penaltis.

Gustavo Grummy, um dos melhores jogadores da equipe durante os Jogos falou sobre o jogo e a campanha.

- Desperdiçamos algumas chances que pra quem quer ganhar não pode desperdiçar. Mas de forma geral, jogamos bem. A equipe deles tem muita qualidade e um jogador, o Molina (capitão Guillermo Molina, autor de um gol hoje) que tem mais de 500 jogos internacionais e é fora de série. Fizemos o que se esperava desta partida, levar até o fim uma partida equilibrada, mas que no fim deixamos escapar o resultado que queríamos, mas faz parte. No cômputo geral, cumprimos o objetivo de chegar até o jogo das quartas-de-final, e a princípio tínhamos que vencer dois jogos – Austrália e Japão – mas que com o empate entre australianos e húngaros, precisávamos pontuar uma terceira partida e ganhamos da Sérvia, que na minha opinião é favorita ao ouro aqui. Acho que o trabalho com o Ratik apareceu, foi positivo, e jogamos de igual para igual com todo o mundo. E no esporte é complicado, pois a experiência faz a diferença. E estas equipes com os quais jogamos estão de 10 a 15 anos em alto nível, e o Brasil está chegando agora. Mas foi bem válida esta experiência olímpica para toda a nossa equipe – concluiu Grummy.

O técnico da seleção brasileira, o croata Ratko Rudic, seis vezes medalhista olímpico e atual vencedor dos Jogos com seu país em Londres/2012, também analisou o polo brasileiro durante as Olimpíadas.

- Nosso trabalho se iniciou em 2014, árduamente. Antes do jogo de hoje, agradeci a todos os jogadores e membros da comissão técnica, sem exceção. Hoje são jogadores de valor internacional, assim como meus assistentes, todos de nível internacional. Minha influência foi o método de trabalho implantado e passar minha experiência. Espero que isto sirva como legado para o polo brasileiro. O primeiro objetivo era entrar nas Quartas, e com o sonho de passar para a Semifinal, mas encontramos uma equipe muito forte. Sabíamos que não era fácil. Hoje jogamos muito bem, e por um detalhe perdemos. A campanha foi positiva, com vitórias sobre Áustrália, Japão e Sérvia, campeã de tudo. Agora, volto para a Croácia, onde moro. Mas sempre estarei à disposição para ajudar o polo aquático brasileiro, não mais como técnico, mas em qualquer coisa que possa ajudar – resumiu Ratko, que perguntado sobre quem vence a decisão entre croatas e sérvios respondeu rapidamente rindo, “Croácia”.

Sequência de gols

1º quarto: Brasil 1 x 0 (#7 Ádria – longa distância) / Espanha 1 x 1 (#7 Sziranyi - pelo centro) / Espanha 2 x 1 (#6 Minguell) / Espanha 3 x 1 (#Espanol – homem a mais)

 2º quarto: Brasil 2 x 3 (#6 Bernardo Gomes – longa distância) / Brasil 3 x 3 (#9 Bernardo Reis) / Espanha 4 x 3 (#5 Molina – contra-ataque)

 3º quarto: Brasil 4 x 4 (#6 Bernardo Gomes – longa distância) / Espanha 5 x 4 (#2 Munarriz – pelo centro) / Espanha 6 x 4 (#9 Tahull – pelo centro)

 4º quarto: Espanha 7 x 4 (#9 Tahull – pelo centro) / Brasil 5 x 7 (#8 Felipe Silva – longa distância) / Brasil 6 x 7 (#11 Grummy – longa distância) / Espanha 8 x 6 (#6 Minguell – longa distância) / Brasil 7 x 8 Espanha (#8 Felipe Silva) / Brasil 8 x 8 Espanha (#11 Grummy) / Espanha 9 x 8 (#7 Sziranyi – pelo centro)

A campanha do Brasil: Brasil 8 x 7 Austrália / Brasil 16 x 8 Japão / Brasil 6 x 5 Sérvia / Brasil 4 x 9 Grécia / Brasil 6 x 10 Hungria / Brasil 6 x 10 Croácia / Brasil 8 x 9 Espanha

Resultados dia 20/8, sábado - no Estádio Aquático Olímpico

Disputa do 7º lugar: Brasil 8 x 9 Espanha
Disputa do 5º lugar: Hungria x Grécia
Disputa do Bronze: Montenegro 10 x 12 Itália
FINAL: Croácia x Sérvia
obs: os resultados serão colocados aqui mais tarde

Seleção Brasileira: 1 - Slobodan Soro (goleiro) / 2 - Jonas Crivella / 3 - Rudá Franco / 4 - Ives Gonzales / 5 - Paulo Salemi / 6 - Bernardo Gomes / 7 - Ádria Delgado / 8 - Felipe "Charuto" Silva / 9 - Bernardo Reis Rocha / 10 - Felipe Perrone (capitão) / 11 - Gustavo "Grummy" Guimarães / 12 - Josip Vrlic / 13 - Vinícius Antonelli (goleiro). Técnico: Ratko Rudic / Auxiliares-técnicos: Ângelo Coelho e Eduardo Abla (Duda) / Preparador-físico: William Morales / Vídeo-analista: João Brandão / Chefe da equipe: Ricardo Cabral.

CBDA Eliana Alves / Souza Santos / Mariana de Sá

Fotos: Satiro Sodré / SSPress / CBDA

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