Pé de Pato - A
importância deste acessório e como utilizá-lo nos treinos
Por:
Mario Guagliardi e Rakeli Pontes
Quando
me pediram para escrever este artigo em algumas poucas palavras, não sabia do
enorme desafio que seria e consequentemente da imensa lacuna existente em
relação a este assunto, pois ao procurar sustentação teórica em publicações
recentes, sejam elas traduções ou não, livros ou artigos em periódicos de
impacto, diga-se: aceitos pela comunidade cientifica e que tenham relevância e
validade dentro de uma determinada área. Qual foi meu espanto? Não há uma
pesquisa longitudinal ou com grande amostragem sequer que respalde e sustente o
que fazemos e reproduzimos em nosso treinamento, ainda mais se isso é
pertinente ao Triathlon.
Trabalho especificamente com natação há um bom tempo, estou em clubes como preparador físico para nadadores de alta performance e nele sempre utilizei o pé-de-pato em combinação com a periodização pré-estabelecida pela nossa equipe técnica.
Mas como transferir o que aplicamos na natação competitiva ao treinamento de triathlon? A natação é apenas uma das três provas ou modalidades inseridas dentro deste esporte. Como fazer de maneira correta e estratégica que o atleta competitivo – ou mesmo um praticante que busca através da atividade física uma melhor qualidade de vida e longevidade – melhore sua performance e com isso diminua seu tempo na água sem prejudicar o ciclismo e a corrida?
A teoria do treinamento esportivo é clara em relação à importância da especificidade do treinamento. Certamente o treinamento de força nadado possui maior transferência de aprendizado e ganho de força do que o “dryland” (treinamento fora d’água). O principal objetivo de um treinamento físico é adaptar o organismo para melhor realizar uma determinada tarefa. No caso do triathlon, o treinamento visa melhorar a performance do atleta para a competição. Uma forma de aperfeiçoar este desempenho está nos exercícios de força. A metodologia mais usada para a aquisição da força e da resistência muscular é o trabalho de sobrecarga. Outra inovação no treino de potência tem sido utilizada artifícios para auxiliar nadadores para nadarem mais rápido do que eles podem nadar sem auxílio. Esta forma de treino tem, por razões óbvias, sido chamado de velocidade auxiliada. Velocidade com pés-de-pato são formas efetivas de executar este tipo de treino.
A resistência da água ou arrasto é a principal força a ser vencida durante a locomoção aquática. Como a densidade da água é aproximadamente 800 vezes maior que a do ar, isso requer elevado gasto energético. De fato, quando um corpo está horizontalmente imerso em água, o tórax tende a flutuar enquanto os membros inferiores tendem a afundar. Uma das funções do pé-de-pato seria melhorar a habilidade técnica e aumentar o tamanho da superfície de propulsão, associados a aumento na eficiência propulsiva, pode reduzir o custo de nado maximizando a propulsão e minimizando a resistência. Assim, elas podem necessitar menos energia para manter o corpo na posição horizontal, já que uma posição mais horizontal pode reduzir de forma significativa o arrasto.
Tem sido demonstrado mais recentemente que a utilização de pés-de-pato pode reduzir em 10% o gasto energético durante o nado de crawl. Essa redução é devida principalmente a diminuição do trabalho mecânico total. Consequentemente, valores 20% maiores na eficiência de propulsão são encontrados com a utilização dos pés-de-pato. É interessante notar que o uso de pés-de-pato no crawl não induz somente redução na frequência de pernadas, mas também decréscimo na frequência de braçada. Isso indica que os pés-de-pato não somente melhoram a eficiência de propulsão dos membros inferiores, mas também influenciam de alguma forma na eficiência de propulsão dos braços.
Trabalho especificamente com natação há um bom tempo, estou em clubes como preparador físico para nadadores de alta performance e nele sempre utilizei o pé-de-pato em combinação com a periodização pré-estabelecida pela nossa equipe técnica.
Mas como transferir o que aplicamos na natação competitiva ao treinamento de triathlon? A natação é apenas uma das três provas ou modalidades inseridas dentro deste esporte. Como fazer de maneira correta e estratégica que o atleta competitivo – ou mesmo um praticante que busca através da atividade física uma melhor qualidade de vida e longevidade – melhore sua performance e com isso diminua seu tempo na água sem prejudicar o ciclismo e a corrida?
A teoria do treinamento esportivo é clara em relação à importância da especificidade do treinamento. Certamente o treinamento de força nadado possui maior transferência de aprendizado e ganho de força do que o “dryland” (treinamento fora d’água). O principal objetivo de um treinamento físico é adaptar o organismo para melhor realizar uma determinada tarefa. No caso do triathlon, o treinamento visa melhorar a performance do atleta para a competição. Uma forma de aperfeiçoar este desempenho está nos exercícios de força. A metodologia mais usada para a aquisição da força e da resistência muscular é o trabalho de sobrecarga. Outra inovação no treino de potência tem sido utilizada artifícios para auxiliar nadadores para nadarem mais rápido do que eles podem nadar sem auxílio. Esta forma de treino tem, por razões óbvias, sido chamado de velocidade auxiliada. Velocidade com pés-de-pato são formas efetivas de executar este tipo de treino.
A resistência da água ou arrasto é a principal força a ser vencida durante a locomoção aquática. Como a densidade da água é aproximadamente 800 vezes maior que a do ar, isso requer elevado gasto energético. De fato, quando um corpo está horizontalmente imerso em água, o tórax tende a flutuar enquanto os membros inferiores tendem a afundar. Uma das funções do pé-de-pato seria melhorar a habilidade técnica e aumentar o tamanho da superfície de propulsão, associados a aumento na eficiência propulsiva, pode reduzir o custo de nado maximizando a propulsão e minimizando a resistência. Assim, elas podem necessitar menos energia para manter o corpo na posição horizontal, já que uma posição mais horizontal pode reduzir de forma significativa o arrasto.
Tem sido demonstrado mais recentemente que a utilização de pés-de-pato pode reduzir em 10% o gasto energético durante o nado de crawl. Essa redução é devida principalmente a diminuição do trabalho mecânico total. Consequentemente, valores 20% maiores na eficiência de propulsão são encontrados com a utilização dos pés-de-pato. É interessante notar que o uso de pés-de-pato no crawl não induz somente redução na frequência de pernadas, mas também decréscimo na frequência de braçada. Isso indica que os pés-de-pato não somente melhoram a eficiência de propulsão dos membros inferiores, mas também influenciam de alguma forma na eficiência de propulsão dos braços.
Melhorar
a flexibilidade dos tornozelos
A principal razão é a flexibilidade dos tornozelos que funcionam como ganchos, o que faz com que algumas pessoas nadem para trás. Os bons nadadores, ao contrário, alongam os tornozelos de modo que formem uma linha reta com a perna. Por causa da carga extra com o aumento da superfície dos pés de pato, há um alongamento dos tornozelos ao bater a perna. Seu uso constante os alonga, aumentando sua flexibilidade para se movimentar em todas as direções, tornando a batida de perna muito mais eficiente
A principal razão é a flexibilidade dos tornozelos que funcionam como ganchos, o que faz com que algumas pessoas nadem para trás. Os bons nadadores, ao contrário, alongam os tornozelos de modo que formem uma linha reta com a perna. Por causa da carga extra com o aumento da superfície dos pés de pato, há um alongamento dos tornozelos ao bater a perna. Seu uso constante os alonga, aumentando sua flexibilidade para se movimentar em todas as direções, tornando a batida de perna muito mais eficiente
Aumentar
a força de perna
Bater perna com pés-de-pato é o mesmo que levantar pesos; a resistência da água ao tamanho do pé-de- pato exige mais dos músculos usados. Músculos mais fortes puxam mais água, fazendo com que a pessoa nade mais depressa. É preciso ter em mente que estes acessórios desenvolvem a força muscular das pernas especificamente para a natação.
Bater perna com pés-de-pato é o mesmo que levantar pesos; a resistência da água ao tamanho do pé-de- pato exige mais dos músculos usados. Músculos mais fortes puxam mais água, fazendo com que a pessoa nade mais depressa. É preciso ter em mente que estes acessórios desenvolvem a força muscular das pernas especificamente para a natação.
Melhorar
a posição do corpo e a técnica
Os pés-de-pato acrescentam propulsão extra à braçada, o que aumenta a velocidade do nadador. Os bons nadadores deslizam horizontalmente à superfície da água, enquanto os que não nadam bem arrastam as pernas em posição quase vertical. Um dos objetivos de nadar com velocidade usando pés-de-pato é nadar também mais rápido ao tirá-lo, transferindo a sensação de nadar mais rápido na superfície com os pés-de-pato a nadar também mais rápido, pois os músculos e neurônios “lembraram” da sensação de nadar mais depressa e tentarão duplicar o padrão na próxima vez. Quanto mais vezes se repetir o padrão (nadar mais rápido e mais na superfície com os pés-de-pato), mais fácil será duplicá-lo sem eles. O resultado será: melhora da técnica do nadador e aumento da coordenação neuromuscular.
Os pés-de-pato acrescentam propulsão extra à braçada, o que aumenta a velocidade do nadador. Os bons nadadores deslizam horizontalmente à superfície da água, enquanto os que não nadam bem arrastam as pernas em posição quase vertical. Um dos objetivos de nadar com velocidade usando pés-de-pato é nadar também mais rápido ao tirá-lo, transferindo a sensação de nadar mais rápido na superfície com os pés-de-pato a nadar também mais rápido, pois os músculos e neurônios “lembraram” da sensação de nadar mais depressa e tentarão duplicar o padrão na próxima vez. Quanto mais vezes se repetir o padrão (nadar mais rápido e mais na superfície com os pés-de-pato), mais fácil será duplicá-lo sem eles. O resultado será: melhora da técnica do nadador e aumento da coordenação neuromuscular.
Mario
Guagliardi é preparador físico da equipe da natação do Botafogo de Futebol e Regatas
e Mestre em Ciência da Motricidade Humana.
Rakely
Soares Pontes é Pós-graduanda em Educação pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro.
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