Tuesday, March 11, 2014

Estreia do novo dueto da seleção brasileira nos Jogos ODESUR


Santiago do Chile – O nado sincronizado é o próximo esporte aquático a entrar em cena nos Jogos Desportivos Sul-Americanos, na quinta-feira, 13/03. O Brasil estreia nesta competição o dueto da seleção adulta que será formado por Luisa Borges e Giovana Stephan, com Maria Eduarda Micucci de reserva. Nesta terça-feira, 11/03, as atletas treinaram no Centro Aquático do Estádio Nacional do Chile. A técnica, Maura Xavier, está otimista com o desempenho das atletas.
- Foi uma surpresa agradável. No primeiro dia que coloquei as três na água e não sabia qual seria o resultado. Percebemos que a Luiza e a Giovana se parecem, tem um biótipo semelhante, movimentos e tempo de execução muito parecidos. Esta é a primeira coisa perceptível no julgamento: o tempo de execução. Ainda precisamos ajustar as duas em termos de força. A Giovana é mais velha, tem mais tempo no nado sincronizado, mas fiquei muito feliz em ver que fiz a escolha certa. Este é um dueto que já começou dando certo. Não sei nem se já completou dois meses de treino, mas já vejo uma afinidade grande elas. Elas são focadas e treinam bastante. Eu precisava desta química entre as duas e estou muito otimista – disse Maura.
Em Santiago Luisa e Giovana irão usar rotinas que foram apresentadas em 2013. A rotina técnica é um rock gótico e a livre, as Quatro Estações.
- A Julie (técnica canadense Júlie Sauvé) mexeu muito na rotina técnica, pois queria mais rock nela. Mudamos bastante coisa. A rotina livre foi feita pelo Stephan (coreografo francês Stephan Miermont) e é considerada muito boa. Está a mesma. A Julie está trabalhando com a gente direto. Este ano ela ainda fica na ponte entre Brasil e Canadá. Estamos num intercâmbio intenso de informações com vídeos e sugestões. Ela vem em abril de novo, depois vamos pra lá, enfim o bom é que não é uma supervisão. Ela entra como head coach e entra de cabeça. Em 2016 ela passará o ano todo aqui – explicou.
Luisa e Giovana também disseram estar confiantes e preparadas para a responsabilidade de estar sob os holofotes nos Jogos Olímpicos em casa.
- Estamos treinando muito, concentradas e determinadas a fazer dar certo. As três são muito importantes no processo (as duas principais e a reserva) e já viemos de um período longo sendo preparadas para isto. Estamos sentindo muita segurança e acho que chegaremos nos Jogos Olímpicos muito bem – disse Luisa.
Júlie Sauvé tem um currículo de respeito. Conquistou mais de 100 medalhas internacionais nos 25 anos em que trabalhou na seleção canadense, incluindo oito medalhas olímpicas: 2 pratas (Los Angeles/84); 2 ouros (Seul/88); 1 ouro e 1 prata (Barcelona/92); 1 prata (Atlanta/96); e 1 bronze (Sydney/2000). Nas duas últimas olimpíadas – Pequim/2008 e Londres/2012 – ficou em 4º lugar. Júlie já ajudou o Brasil há 16 anos, quando auxiliou a técnica Magali Cremona na preparação para o Mundial de Perth/1998, na Austrália, o primeiro em que a equipe brasileira passou a condição de finalista, o que antes só acontecia com o dueto.
A treinadora canadense fez uma avaliação individual das atletas do Brasil com as técnicas brasileiras (Maura Xavier, Magali Cremona e Gláucia Soutinho). A seguir, ela propôs mudanças nas coreografias e nas formas de treinamento, colocando seu jeito de trabalhar com uma equipe multidisciplinar, com mais intensidade na parte física, pois quer o nado com mais explosão.
- A equipe do Canadá é muito forte e acho que é essa força, esse vigor físico que nos falta para dar o “pulo do gato” – acrescentou Maura.
A curiosidade geral continuará até o ano que vem. Qual serão as rotinas que o Brasil usará nos Jogos Olímpicos Rio 2016?
- A Julie já tem a ideias bem fechadas, mas só vai montar as coreografais no final deste ano. Ainda vamos pensar em qual competição serão testadas, mas por enquanto é tudo segredo – finalizou, Maura.
Eliana Alves CBDA

FOTO SATIRO SODRÉ
 

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