Decepção.
Essa é o sentimento da natação brasileira ao final das competições no Jogos do
Rio de Janeiro. O Brasil deixa a competição sem nenhuma medalha conquistada,
algo que não acontecia desde Sydney, em 2004. E, pior, isso acontece depois de
um investimento histórico no esporte. Um investimento de mais de R$ 122
milhões, para ser mais preciso.
O
valor, na verdade, é ainda maior que isso. Isso porque a conta leva em consideração
os balanços fiscais de 2013 a 2015, dois dos três anos do período olímpico.
Neste
período, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) teve receitas
superiores a 122 milhões.
Mais de
10% deste valor veio atrás da Lei Piva, com repasses do governo diretamente ao
esporte. O restante é de patrocinadores. Mas mesmo esse patrocínio é, quase que
em sua totalidade, de uma empresa pública: o Correios é responsável por
praticamente 90% do montante.
Vale
ressaltar que a CBDA também cuida de outras modalidades, como o polo aquático,
os saltos ornamentais, nado sincronizado e a maratona aquática. Mas não há
muitas dúvidas de que a natação seja o mais importante entre eles - até pelo
número de medalhas em disputa.
Com
tamanho investimento, a expectativa era de pelo menos repetir o desempenho de
Pequim ou Londres, quando o país acabou cada um dos Jogos com duas medalhas.
Para
isso, havia pelo menos cinco bons candidatos: Thiago Pereira (sétimo nos 200m
medley), Bruno Fratus (6º nos 50m livre), João Gomes (5º nos 100m peito),
Felipe França (8º no 100m peito) e o revezamento 4x100m livre (5º).
O
Brasil ainda surpreendeu com mais três finais. Marcelo Chiereghini foi 8º nos
100m livre, Etiene Medeiros foi 8º nos 50m livre, e o time masculino acabou em
Xº no revezamento 4x100m medley.
Assim,
o número de finais até que foi acima do esperado, mas a falta de uma medalha
acabou frustrando - e muito - a participação da natação brasileira no Rio 2016.
O
curioso é que o momento acaba sendo muito parecido com o de 2004, a última vez
que o país ficou sem medalhas em uma Olimpíada. Naquela época, o Brasil vivia a
transição entre Gustavo Borges e Fernando Scherer, o Xuxa, para a nova geração.
Agora, o país acaba de sair do momento histórico de Cesar Cielo.
Publicado
Strini e Igor Resende, do Rio de Janeiro (RJ), para o ESPN.com.br
Foto Bruno
Fratus não levou medalha, e o Brasil ficou sem pódio no Rio 2016 na natação GETTY
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