Polícia
desmonta história de Ryan Lochte e outros três nadadores da equipe americana,
que disseram ter sido assaltados numa falsa blitz.
A
Polícia Civil do Rio já desvendou o suposto assalto sofrido por quatro
nadadores americanos durante uma falsa blitz na madrugada do último
domingo, entre eles o 12 vezes medalhista olímpico Ryan Lochte. Para a equipe
da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat), o enredo revelado pelo
campeão é falso. Na verdade, o grupo inventou a história para tentar acobertar
uma madrugada de bebedeira e arruaça protagonizada em um posto de gasolina na Barra
da Tijuca, a caminho da Vila Olímpica.
IMAGEM Ryan
Lochte passa com sua carteira pela revista, na entrada da Vila Olímpica
Lochte
e os companheiros de equipe Gunnar Bentz, Jack Conger e James Feigen
saíram de uma festa na Casa de França, na Hípica, na Lagoa, às 5h46. De lá
pegaram um táxi e foram fazendo baderna dentro do carro. Ao chegarem à Barra da
Tijuca, pediram que o motorista encostasse num posto de gasolina na entrada do
Jardim Oceânico. E ali começaram a protagonizar cenas de vandalismo. Nos fundos
do estabelecimento, os nadadores chegaram a fazer xixi com as calças arriadas e
acabaram quebrando uma placa publicitária.
Um cliente
do posto, que é policial, interpelou o grupo. E disse que chamaria a
polícia. O telefonema para o 190 foi feito, mas demorou demais e o grupo
ameaçou fugir correndo. Armado, esse cliente teria mandado que parassem. Três
se jogaram ao chão, menos Lochte.
Em
seguida, um dos atletas ofereceu dinheiro para indenizar o dano da placa
quebrada. Os funcionários, num primeiro momento, não aceitaram, e insistiram
que o melhor seria esperar a chegada da PM. Como a viatura não vinha, os
nadadores deram 160 reais pelo conserto da placa e foram embora num táxi.
O
curioso é que os próprios funcionários do posto não perceberam, num primeiro
momento, que a baderna ocorrida naquele início da manhã estaria relacionada ao
suposto assalto revelado pela mãe de Lochte e que ganhou as páginas de todo o
mundo. “Só na terça-feira vimos que aqueles baderneiros filmados pelo posto
aqui eram os mesmos da história do assalto. Não teve assalto algum. Eles
inventaram isso porque estão com vergonha do que fizeram”, disse um funcionário
ao site de VEJA.
Quando
deixaram o posto, os atletas voltaram para a Vila Olímpica e chegaram no
controle de acesso exatamente às 6h56. Lochte aparece brincando e os atletas
com seus celulares e carteiras, o que obviamente já enfraquecia a tese de
assalto. O taxista que conduziu o grupo está prestando depoimento neste
momento.
IMAGEM Os
nadadores americanos Gunnar Bentz e Jack Conger são comparecem à delegacia da
policia civil do Galeão (Reprodução/TV Globo)
Lochte,
que voltou para os Estados Unidos no último dia 15, e Feigen, deverão ser
indicados por falsa comunicação de crime no inquérito conduzido pelo delegado
Alexandre Braga, da Deat. Feigen, aliás, fez check-out da Vila Olímpica, mas
segue no Rio de Janeiro, em lugar desconhecido ainda. A Justiça determinou que
ele não saia do Brasil. Coner e Bentz tentavam embarcar ontem de volta para
casa, mas foram retirados do avião por ordem judicial.
IMAGEM Perícia
feita na Barra da Tijuca, no Rio - 18/08/2016 (Leslie Leitão/VEJA)
Por Leslie
Leitão
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