A
natação encerrou nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e o Brasil finalizou com oito
finais, 10 semifinais, quatro recordes sul-americanos e um brasileiro (ver
lista no final). No último dia de disputas no Estádio Aquático Olímpico, na
noite deste sábado, 13/08, o revezamento 4x100m medley (Guilherme Guido, João
Gomes Júnior, Henrique Martins e Marcelo Chierighini) fez 3m32s84 e terminou na
sexta posição. Etiene Medeiros colocou as mulheres de volta às finais, nos 50m
livre.
- Estou
completamente sem palavras, chorei um pouco. Pra mim, foi uma volta por cima,
um momento único, entrei na prova sonhando, vi o Xuxa ali na raia 1 (final
olímpica de Atlanta, Scherer conquistou bronze), a gente tem que acreditar
sempre. Depois dos 100m costas eu tive dois dias de folga. Alinhei toda a minha
preparação com Vanzella, vi vídeos, me encontrei com minha psicóloga, o que já
estava marcado e foi muito bom. E a parte psicológica é fundamental em
competição. Hoje fechei raia, como se diz na gíria (chegar em último entre os
oito numa prova) mas com um gosto diferente, de finalista olímpica. Temos agora
que descansar a mente, o desgaste mental aqui é absurdo, o físico ainda vai,
pois estamos preparados. Daqui a pouco tem o Troféu Finkel, que é seletiva para
o Mundial de Curta em dezembro e a cabeça tem que dar uma descansada ,
descontrair um pouco. Eu penso em Tóquio (Olimpíadas de 2020), mas há muita
água ainda pra rolar pela frente e nós atletas temos que ter consciência disso.
Minha relação com Vanzella é muito forte, estamos sempre grudados, ele me
ensinou muito. Esta relação de atleta e técnico tem que ser assim, de muito
respeito — disse Etiene, que finalizou agradecendo a todos.
Etiene
Nos
Jogos de Pequim 2008 o Brasil teve uma final com Gabriela Silva. Em Londres
nenhuma nadadora brasileira chegou a disputar uma decisão. A dinamarquesa
Pernile Blume não acreditou quando olhou o placar e viu 24s07. Ela venceu a
forte final dos 50m livre feminino, que teve a americana Simone Manuel (24s09)
no degrau de prata e a bielorussa Aliaksandra Herasimenia (24s11) com o bronze.
A prova
de revezamento começou com Guilherme Guido (54s23). Depois vieram João (58s59),
Henrique (51s52) e Marcelo (48s50).
— É
indescritível o que vivi aqui. Poucos atletas poderão dizer que sentiram o que
senti nesses Jogos. Saio desses com a cabeça erguida. Vim para melhorar meus
tempos, não consegui. Mas, conquistei com duas marcas bem interessantes para
minha carreira que só aumentam minha vontade de estar em Tóquio e buscar uma
medalha. Vou voltar para casa, descansar, colocar a cabeça no lugar e começar
tudo de novo. Precisamos analisar em um contexto geral o que o time fez. Temos
atletas bem experientes e outro chegando, que vão longe, e eu sou um deles. Não
é fácil estar aqui, só quem chega nesse patamar sabe o que passou de sacrifício
para estar aqui. Saio bem agradecido, não só eu como o time. Conquistamos oito
finais Olímpicas – João.
A prova
foi vencida pelo time americano com recorde olímpico, 3m27s95, com Ryan Murphy,
Cody Miller, Michael Phelps e Nathan Adrian. O pódio foi completado pelo time
britânico (3m29s24) e pela Austrália (3m29s93).
Análises
O
supervisor executivo da CBDA, Ricardo de Moura, disse que faltou a medalha, mas
que outras metas foram alcançadas.
— O
caminho da medalha a gente construiu. Aumentamos o número de finais, de
semifinais. Sobre a performance dos atletas, todos o planejamento foi feito.
Vamos ter que analisar aqueles que melhoraram, aqueles que tiveram um
desempenho abaixo. Vamos analisar o que efetivamente aconteceu. Numa equipe de
33 nadadores, 20 participam dos Jogos pela primeira vez. Tivemos um ciclo muito
produtivo, principalmente quando a gente fala de renovação. Jogos Olímpicos da
Juventude e Campeonatos Mundiais. Tivemos dois recordistas mundiais juniores.
Essa campanha está me lembrando a de 2004, quando não tivemos medalhas porque
tivemos uma geração saindo e outra chegando. A sensação de não ter ganho a
medalha é a de todo mundo. Queria que tivesse acontecido para homenagear esse
público, que foi sensacional. Quando falei isso posso ter sido mal
interpretado, mas isso faz parte da criação de uma cultura esportiva, que ainda
estamos construindo. Isso não se compra — explicou.
Em
balanço com a imprensa, Ricardo falou do futuro e afirmou que os equipamentos
que foram utilizados nos Jogos serão enviados para outros locais no país.
— Vai
ter que acontecer um número maior de intercâmbios internacionais. Vamos ter que
incrementar competições de um nível maior principalmente com a garotada mais
nova. Esse é o grande problema que a gente tem no nosso continente. A gente
domina e tem que sair toda hora. Isso é caro, mas vamos ter que fazer isso.
Vamos fazer uma reunião com os clubes mais bem ranqueados para alinhar ideias.
A gente esbarra numa coisa chamada cultura esportiva. Na sala de aula de um
atleta, quantos praticam um esporte que precisa de seis horas de treino,
acordar 5h30 da manhã... ninguém. Toda a sociedade vai para um lado e o
atleta vai para outro. Essa cultura precisa ser valorizada. Não sabemos qual o
cenário que teremos daqui pra frente, mas a real perspectiva é de estabelecer
parcerias dentro da própria comunidade. Se estivermos fortes internamente fica
mais fácil. Dentro disso nosso projeto já foi aprovado no Ministério dos
Esportes e grande parte dos equipamentos utilizados aqui vai ser repassado aos
Estados — disse.
O técnico chefe, Alberto Silva, também avaliou o time.
-
Lógico que queríamos a medalha. Por ser em casa tem um fator emocional, mas não
podemos colocar assim. Não colocaria o fator casa na avaliação. O trabalho foi
feito e vejo evolução. Em termos de planejar, de contar com verba para realizar
isto, e conseguimos. Antes tivemos finais e semifinais com poucos nadadores,
três ou quatro. Um dos nossos objetivos era aumentar a massa de nadadores que
chegassem a este ponto e isto foi feito. Este ponto foi positivo. Agora teremos
que avaliar o trabalho que não começou agora, vem desde quando Gustavo Borges
parou, quando tivemos uma entressafra. O trabalho com a base, aumentar o número
de finais e semifinais com maior número de atletas e colocar dois revezamentos
nas finais, tudo isto foi feito. A conclusão que eu e meus colegas tivemos é
que criamos as oportunidades para mais de uma medalha, infelizmente não
soubemos realizar e temos que ver o porquê. Não só pelo povo brasileiro, mas
por nós também. Eu quero uma medalha, meus colegas e os nadadores também. E
teremos que nos adaptar ao momento que o país vive hoje — disse.
Finais
e semifinais do Brasil
Finais
100m
peito — João Gomes Júnior — 59s31 — 5º
4x100m
livre — Marcelo Chierighini, Nicolas Nilo, Gabriel Santos, João de Lucca —
3m13s21 — 5º
50m
livre - Bruno Fratus - 21s79 - 6º
4x100
medley - Guilherme Guido, João Gomes, Henrique Martins e Marcelo Chierighini -
3m32s84 - 6º
100m
peito — Felipe França Silva — 59s38 - 7º
200m
medley - Thiago Pereira - 1m58s02 - 7º
100m
livre — Marcelo Chierighini — 48s41 — 8º
50m
livre - Etiene Medeiros - 24s09 - 8º
Semifinais
200m
medley — Henrique Rodrigues — 9º
200m
livre — Manuella Lyrio — 1m57s43 — 12º
200m
borboleta — Leonardo de Deus — 1m56s77 — 13º
200m
costas — Leonardo de Deus — 1m57s67 — 13º
200m
borboleta — Kaio Márcio — 1m57s45 — 14º
100m
costas — Guilherme Guido — 54s16 — 14º
100m
borboleta — Daiene Dias — 58s52 — 14ª
50m
livre - Ítalo Duarte - 22s05 - 15º
100m
borboleta — Daynara de Paula — 58s65 — 16ª
100m
livre — Etiene Medeiros — 54s56 — 16ª
Recordes
Sul-americano
- Etiene Medeiros - 50m livre (24s45)
Sul-americano
- Felipe França Silva - 100m peito (59s01)
Sul-americano
- Manuella Lyrio - 200m livre (1m57s28)
Sul-americano
- 4x200m livre F (Manuella Lyrio, Jessica Cavalheiro, Gabi Roncatto e Larissa
Oliveira) - 7m55s68
Brasileiro
- Leonardo de Deus - 200m costas (1m57s00)
FONTE
CBDA Eliana Alves / Souza Santos / Mariana de Sá
4x100m
medley (Guido, Henrique, Chierighini e João) / Fotos: Satiro Sodré-SSPress-CBDA
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