Pioneirismo
é a sua marca. Ela foi a primeira nadadora brasileira no pódio Mundial de uma
competição da Federação Internacional de Natação — FINA (Mundial de Maratonas
2006), foi a primeira medalhista brasileira no Mundial dos Esportes Aquáticos
(Roma/2009), primeira maratonista aquática brasileira medalhista Pan-Americana
(Rio 2007) e nesta segunda-feira, 15/08, na ensolarada Copacabana, se
transformou na primeira mulher do país a conquistar uma medalha Olímpica nos
esportes aquáticos. O Bronze de Poliana Okimoto fez história e, apesar de
conquistado na água, foi suado.
Ela
conseguiu se colocar no primeiro pelotão da prova desde as primeiras braçadas
dos 10 quilômetros. Ficou sempre “embolada” com a italiana Rachelle Bruni (4ª
colocado do Mundial de Kazan/2015) a chinesa Xin Xin e a francesa Aurelie
Muller (atual campeã mundial da distãncia). A holandesa vencedora da disputa,
Sharon Van Rouwendaal (prata nos 10km do Mundial de Kazan), disparou e ninguém
conseguiu alcançá-la. No final da última volta, a brasileira que estava em
terceiro, caiu para quarto e assim terminaria sua participação se a francesa
Aurelie, com o bronze na mão, não tivesse tentado obstruir a chegada da
italiana Rachele, e por isso foi desclassificada.
Poliana
refez o caminho até a medalha e falou dos treinos.
— Eu
acho que comecei a acreditar nessa medalha em 2013, quando fui campeã mundial
na prova de 10km. Eu acho que esse Mundial foi para me mostrar que eu era
capaz, que dava. Só que em 2014 eu tive uma lesão e demorei pra voltar. Fiquei
alguns meses afastada e o meu objetivo em 2015 era classificar. Classifiquei e
voltei a treinar muito bem. Os treinos que eu fiz foram inacreditáveis. A minha
preparação foi muito boa. Eu construí essa medalha a cada dia, em cada treino
meu. Poucas pessoas conseguem acompanhar o meu treino porque ele é um pouco
mais fechado. Eu não treino em equipe. As poucas pessoas que conseguem me
acompanhar sabiam o tanto que eu estava em progressão, mesmo com 33 anos. Eu
acho que eu mereci muito essa medalha. Eu lutei muito. Eu melhorei tudo,
melhorei meu aspecto psicológico. Eu vim me divertir. Estava curtindo cada
momento e a minha parte alimentar ficou muito melhor este ano. O meu técnico (o
marido, Ricardo Cintra), por mais que a gente esteja há muito tempo juntos, ele
conseguiu tirar o melhor de mim este ano, em cada tiro, em cada treino. A gente
sempre achava que como eu já tinha uma certa idade não precisava treinar tanto
e este ano eu cheguei a treinar 100 quilômetros semanais por causa dessa
Olimpíada. E foi muito difícil porque com 33 anos não é igual quando eu tinha
20 e fazia essas loucuras. Todos os profissionais que trabalharam comigo me
ajudaram muito a crescer, a melhorar em cada treino e fui acreditando mais.
Poliana
avaliou a prova como ideal.
— Acho
que cheguei na hora certa, muito bem. Eu fiz uma boa prova, Não mudaria em nada
a prova que fiz hoje. Sem pressão, sem precisar mostrar resultado nenhum. Eu
fiz isso por mim e pelas pessoas que me ajudaram. Essa medalha é a
concretização de um sonho muito antigo e ele está concretizado. Me sinto muito
realizada. Me sinto a pioneira. Lá em 2006, quando eu conquistei a primeira
medalha em campeonatos mundiais (no extinto Mundial específico de Maratonas,
edição de Nápoles/Itália). Aquela medalha foi o início de uma era muito boa. O
Allan e a Ana Marcela vieram neste lastro meu. O Pan de 2007 também deixou um
legado. Me sinto muito realizada por conta da carreira que tive muito bonita.
Quando eu fiquei em quarto, saí satisfeita porque dei o máximo. Foi muito
emocionante. Eu acho que a experiência conta muito na maratona aquática. Eu
podia ter me alimentado na segunda volta, mas eu estava no pé da holandesa e
não queria perder. Faltou um pouco de energia no final, mas foi o acertado.
Entrei nesta prova leve. A pressão não estava em mim, estava toda na Ana
Marcela e talvez ela tenha sentido um pouco. A experiência conta muito. Depois
de Londres entrei em depressão, mas consegui superar. Isso nos faz atletas
melhores e pessoas melhores — finalizou.
Ana
Marcela Cunha perdeu um ponto estratégico de alimentação e não teve energia
para arrancar na disputa. Ela terminou na 10ª posição, "alguém bateu no
suporte de minha alimentação naquela confusão de todos chegarem juntos, e ela
caiu durante a hidratação dos 5km. Ia perder muito tempo em pegar novamente e
continuei a minha prova. Depois, na volta dos 7,5km, eu estava muito na ponta e
optei por continuar sem fazer minha alimentação, novamente. A falta disso me
tirou energia no final. Mas valeu pela medalha para o Brasil, pelo menos
isto" - conformou-se Marcelinha.
Ricardo
Cintra também fez sua avaliação da prova.
-
Poliana merecia isso. Ela foi a primeira maratonista brasileira medalhista em
Mundial, a primeira em Jogos Pan-Americanos, tinha que ser ela a primeira em
Olimpíadas. Ela merece ser conhecida e reconhecida pelo povo brasileiro. No
final da prova, vi o que aconteceu entre a francesa e a italiana e sabia que
poderia haver punição, mas fiquei quieto, esperando. E veio. Quanto à prova em si,
foi muito boa, mas até dei uma bronca nela, pois ela começou o sprint muito
cedo, logo após a virada dos 7,5km. Era pra fazer que nem a holandesa, como
combinamos, nos últimos 300 metros. Mas valeu...esta conquista foi merecida -
disse Poliana.
Resultado
1ª
volta (2,5km): 1º Ana Marcela / 2º Poliana
2ª volta (5km): 11º Ana Marcela / Poliana não informado
3ª volta (7,5km): 3º Poliana / 7º Ana Marcela
FINAL (10km): 1º Sharon Van Rouwendaal - 1h56min32s1 / 2º Rachele Bruni - 1h56min49s5 / 3º Poliana Okimoto - BRASIL - 1h56min51s4 / 10º Ana Marcela Cunha - BRASIL - 1h57min29s0
2ª volta (5km): 11º Ana Marcela / Poliana não informado
3ª volta (7,5km): 3º Poliana / 7º Ana Marcela
FINAL (10km): 1º Sharon Van Rouwendaal - 1h56min32s1 / 2º Rachele Bruni - 1h56min49s5 / 3º Poliana Okimoto - BRASIL - 1h56min51s4 / 10º Ana Marcela Cunha - BRASIL - 1h57min29s0
Eliana
Alves / Souza Santos / Mariana de Sá
FOTOS Poliana
Okimoto e Ana Marcela / Fotos: Satiro Sodré - SSPress - CBDA
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