Foto Damien
Meyer Nadador Leonardo de Deus no Pan
Fonte PAULO
ROBERTO CONDE DE SÃO PAULO
Driblar
os horários pouco convencionais nos Jogos Olímpicos do Rio, que começam em 5 de
agosto, será um dos maiores desafios para a natação brasileira.
As
finais do esporte começam sempre às 22h (horário de Brasília) e, em geral, se
estendem até meia-noite. No dia 10 de agosto, vai até 0h25.
São
horários bem diferentes dos habituais nas grandes competições internacionais.
Nos
Jogos de Londres-2012, por exemplo, as decisões de medalha ocorriam a partir
das 19h30, no horário local.
Perante
o cenário adverso, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) trabalha há mais de três
anos com especialistas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) para
garantir descanso e recuperação a esses atletas.
De
acordo com Marco Túlio de Mello, professor da UFMG e consultor do COB sobre
sono e fadiga, são dois os principais desafios.
Primeiro,
como fazer atletas que geralmente acordam e treinam cedo terem bom rendimento
tarde da noite.
Algumas
medidas –também voltadas a atletas de outras modalidades– já são tomadas para
superar esse problema inicial.
Uma
delas é expor os brasileiros a banhos de luz nos dias que antecedem a Olimpíada
e nos horários tardios em que cairão na piscina.
Os
atletas serão expostos a um dispositivo que irradia alta luminosidade por 20 ou
30 minutos, que conduz a um aumento da temperatura cerebral em um momento no
qual ela estaria em declínio. O recurso eleva o potencial de um bom desempenho.
"Vamos
arrastar a curva da temperatura corporal dos atletas para que possam ter uma
expressão física [no horário das competições] sem tanto prejuízo. Há prejuízo,
a questão é como conseguimos minimizá-lo", avalia Mello, que trabalhou com
o time de futebol do São Paulo na viagem ao Japão que resultou no título
mundial em 2005.
O
segundo desafio da natação, segundo o professor, é como fazer com que os
atletas durmam bem já na madrugada depois de submetidos a tanto esforço físico
e à liberação de adrenalina.
É isso
o que mais preocupa atletas como Jessica Cavalheiro, 24, integrante do
revezamento 4 x 200 m livre. "A maior dificuldade é desligar o corpo após
ter nadado uma final olímpica."
Um das
ações para atenuar esse efeito será a crioterapia, que implica estimular a
reabilitação e o relaxamento por meio do uso de baixas temperaturas, seja gelo
ou spray.
O
resfriamento funciona como um indutor do sono.
"Imagine
que, após a premiação, haverá [exame] antidoping, entrevista, ida à Vila dos
Atletas e jantar. Serão 3h, 4h da manhã, e o atleta terá de estar de pé às 8h.
É preciso que durma imediatamente", afirma Mello.
A
aplicação das duas técnicas de adaptação devem começar cerca de dez dias antes
do início dos Jogos.
O
professor enfatiza que os trabalhos serão individualizados. "Até lá, vamos
conhecer o atleta, ver se é matutino, vespertino, quanto gosta de dormir. A
partir daí, planejar uma adaptação", contou. "Nossa prioridade é a
saúde do atleta."
De
acordo com ele, estudos apontam que uma noite ruim de sono pode gerar queda de
30% a 40% no desempenho.
Especificamente
para a natação, outras medidas devem ser adotadas para reduzir o impacto do
horário.
A
seleção ocupará os andares mais altos e, por consequência, menos barulhentos do
prédio na Vila dos Atletas.
Ainda
para combater o barulho, devem ser colocadas cortiças nas paredes dos quartos e
distribuídos protetores auriculares aos atletas.
O plano
é que cada nadador ocupe um quarto, cuja janela será vedada para impedir a
entrada de luz.
"Será
difícil para todos, mas teremos de nos adaptar", diz o carioca Matheus
Santana, 20, que conquistou índice olímpico nos 100 m livre.
O
velocista planeja fazer treinos à noite e na hora do almoço para analisar a
reação do seu corpo. Atualmente, seus treinamentos vão de 7h às 11h e de 15h30
às 17h.
Treinador-chefe
da seleção feminina de natação e da equipe do Sesi, Fernando Vanzella lembra
que no treinamento em altitude que conduz neste início de ano em Sierra Nevada,
na Espanha, estão sendo implementados treinos em horários inusuais.
"Mexer
no biorritmo das atletas não é bom, mas quero que elas treinem de 11h às 13h e
19h às 21h [em Sierra], horários próximos dos da Olimpíada."
POR QUE
TÃO TARDE?
Os
horários da natação foram estabelecidos a pedido da rede de TV dos EUA NBC,
detentora dos direitos de transmissão dos Jogos.
Popular
no país, a natação estará no horário nobre (fim de noite), como acontece com o
futebol na TV brasileira.
A HORA É AGORA! CONTRIBUA COM O
BLOG FRANCISSWIM ESPORTES AQUÁTICOS
PATROCINE...
BLOG FRANCISSWIM ESPORTES AQUÁTICOS
PATROCINE...
No comments:
Post a Comment