O
Brasil encerrou sua participação no Mundial em piscina curta do Canadá com três
medalhas, uma de cada cor, mas nenhuma delas conquistada em uma "prova
olímpica". Sempre bom lembrar que a piscina curta, por si só, já não é
olímpica.
O ano
foi longo, os resultados aquém do esperado, mas fica a dúvida: o que esperar da
natação brasileira neste ciclo?
A
resposta passa pelo investimento que será feito, claro. Ninguém sabe qual será
o orçamento da modalidade para os próximos anos. Tanto que, a princípio, vão
apenas oito nadadores para o Mundial em piscina longa do ano que vem. OITO.
Apenas oito.
Mas
vamos tentar, ao menos, minimizar isso (o que é quase impossível). Pensar nos
principais atletas. É possível pensarmos em medalhas olímpicas em 2020?
A
tendência é que o país chegue em Tóquio mais velho (ou experiente), mas em
menos finais (foram oito no Rio). Infelizmente, a tendência é que o país brigue
por menos medalhas. Mas, ao mesmo tempo, não há como piorar em número de
pódios. Afinal, ficou sem pódio nos Jogos do Rio.
Há
chances. Claro. A tendência é que, se não aparecer nenhum fenômeno nos próximos
anos, as chances sejam com os mesmos de sempre, mas com a inclusão de Brandonn
Almeida, que é muito bom.
Vamos
começar por Thiago Pereira, Bruno Fratus e Cesar Cielo, trio que mais se
destacou no último ciclo e, por diversos motivos, não foi ao pódio nos Jogos do
Rio:
Thiago
Pereira disse que segue até 2020, será seu quinto ciclo olímpico. Sem Phelps e
Lochte, que não devem estar em Tóquio, a prova dos 200m medley "abre"
um pouco. Claro que com certeza virão dois americanos fortes, para nadar na
casa de 1min57s, mas Thiago pode nadar constantemente em 1m56s. Aparentemente,
vai chegar aos Jogos de Tóquio com chance de pódio (se vai conquistar ou não, é
outra história).
Bruno
Fratus ficou em sexto na Olimpíada do Rio. Tenho certeza que, se não tivesse o
problema nas costas, iria ao pódio. Em nenhum momento ele colocou a
"culpa" da perda da medalha na contusão nas costas, mas está claro
que em 2016 ele não foi o mesmo de 2015 por conta disso. Se conseguir superar
de uma vez por todas esse problema, segue mais um ciclo olímpico entre os
melhores dos 50m livre sem dúvidas.
Cesar
Cielo não sabe se vai se aposentar. Pela entrevista que deu em outubro, não
deve nadar em 2017. Se voltar em 2018 (muitos outros nadadores já fizeram
isso), pode ser que volte a ficar entre os melhores. Conhecendo ele, só volta
às piscinas se for para ganhar medalhas.
Aí, vem
a turma dos finalistas nos Jogos do Rio. Felipe França, João Gomes, Marcelo
Chierighini e Etiene Medeiros.
Os
quatro têm fôlego para mais um ciclo olímpico. Destes, Etiene é a que mais vem
evoluindo. Se melhorar de três a quatro décimos nos 50m livre até 2020 (é
difícil, mas não impossível), pode brigar.
Felipe
e João estão entre os melhores no nado peito, fizeram uma Olimpíada boa, mas
ficaram no quase. Estão há uma década na seleção e estão "neste
quase" há tempos. Precisam dar "esse salto" neste ciclo,
provavlemente o último de suas carreiras. (Incluo Felipe Lima nesta, ele que
não esteve no Rio 2016, mas foi bronze no Mundial de longa em 2013).
Marcelo
Chierighini não melhora sua marca nos 100m livre desde 2013, mas é muito
regular. Foi finalista nos Mundiais de 2013 e 2015, e na Olimpíada de 2016.
Sempre ali, entre 48s10 e 48s30. Ainda é jovem, mas já tem duas Olimpíadas nas
costas. Mas precisa entrar na casa dos 47s para brigar por medalhas.
Aí tem
a turma dos que estão na seleção há anos, mas não fizeram uma boa Olimpíada,
como Henrique Rodrigues, Leo de Deus e Guilherme Guido
Os três
precisam dar um passo gigantesco nos próximos anos para brigar por um pódio em
Tóquio 2020. São nadadores essenciais para o Brasil, são todos campeões
Pan-Americanos e têm marcas de finalistas olímpicos. Mas não fizeram nem perto
de suas melhores marcas nos Jogos do Rio.
Difícil
ver a seleção sem eles em 2020. Mas difícil vê-los brigando por uma medalha.
Espero estar errado, torço muito para eles. Mas precisam dar um passo
gigantesco para alcançar um pódio. É improvável, mas não impossível.
Tem
alguém chegando?
É
difícil projetar, mas são poucos nadadores jovens que devem estourar até 2020.
Um já
estourou, que é Brandonn Almeida. Para mim, tem tudo para entrar na lista dos
"que vão brigar pelo pódio em 2020". A prova dos 400m medley
"não tem dono" atualmente. Fez uma marca muito boa no Open.
Melhorando dois ou três segundos, já briga pelo pódio no Mundial do ano que
vem.
Tem
nomes bons, mas provavelmente não para medalha neste ciclo. Casos de Pedro
Cardona (100m peito), Vinicius Lanza (100m e 200m borboleta), Guilherme Costa
(meu xará dos 1500m) entre outros.
E os de
sempre?
A
natação brasileira tem uma série de nadadores que estão na seleção há anos, com
resultados bons, mas ainda distantes de uma medalha olímpica. Casos de Thiago
Simon, Tales Cerdeira, Daynara de Paula, Daiene Dias, Joanna Maranhão (nadadora
mais completa da história do país), Nicolas Oliveira, João de Lucca, Marcos
Macedo, Manuella Lyrio, Larissa Oliveira...Entre outros.
São
ótimos nadadores, claro. A maioria medalhistas pan-americanos, muitos
semifinalistas de Mundiais e Olimpíadas.
Mas que
precisariam ter uma melhora enorme para brigarem por uma medalha olímpica. Não
é nenhum demérito isso. São essenciais para a natação brasileira. Mas pensar em
uma medalha talvez seja um pouco utópico
E os
revezamentos?
O único
que parece que pode brigar por alguma coisa neste ciclo é o 4x100m livre. Mas
precisa que apareça algum nome nos próximos anos. Gabriel, que esteve na
Olimpíada, conseguiu um bom 48s60 no Open. Pode pintar um 47s em breve. Marcelo
Chierighini está batendo na trave neste 47s há anos. Matheus Santana parou de
evoluir, infelizmente, há duas temporadas. Nicolas Oliveira é constante na casa
dos 48s. Mas precisa que um Felipe Ribeiro ou Pedro Spajari apareçam "para
valer" com 48s baixo.
Os
demais, podem brigar por finais, o que seria um ótimo resultado. O 4x200m
feminino pode ter as quatro nadadoras, em breve, na casa de 1m47s, o que faria
com que o time fosse quinto ou sexto. O 4x100m medley masculino precisa de uma
prova perfeita para entrar no bolo.
O que
precisa para melhorar?
Não sou
treinador, não sei o que falta na técnica dos atletas. Mas o que deu para
perceber claramente é que os brasileiros competem pouco. São dois ou três
eventos apenas para cada nadador na preparação para grandes competições como
Mundial e Olimpíada. Poderiam participar de mais GP nos EUA ou torneios na
Europa. Se não der por conta da crise, que nadem mais competições aqui no
Brasil. Acho que os brasileiros competem pouco, menos do que os rivais. E a
diferença se vê no índice de melhora da seleção na competição.
Fonte
Blog Brasil em Tóquio por Guilherme Costa
Publicado por Francismar Siviero
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