Oito
dos melhores jovens estão de malas prontas para estudar e se desenvolver como
atletas nos Estados Unidos
Em meio
a uma crise institucional sem precedentes, a natação brasileira vê também uma
debandada inédita. Pelo menos oito dos melhores jovens nadadores do País estão
de malas prontas para fazer faculdade nos EUA e lá se desenvolver como atletas.
Estão de saída nomes como Brandonn Almeida, medalhista de ouro nos Jogos
Pan-Americanos de Toronto, e Felipe Ribeiro, velocista que bateu um por um os
recordes de Matheus Santana na base.
Trocar
os programas de treinos dos clubes brasileiros pela oportunidade de estudar e
treinar em solo americano não chega a ser uma novidade. Ricardo Prado foi um
desbravador, nos anos 1980, mas, depois dele, fizeram este caminho Gustavo
Borges, Cesar Cielo, Henrique Barbosa, Nicolas Oliveira, João de Lucca e
Marcelo Chierighini.
Nunca,
porém, tanta gente deixou o País de uma só vez. Dos bons nadadores que terminam
o ensino médio este ano ou o fizeram em 2015, praticamente só não vai se mudar
para os EUA quem não cumpriu os requisitos escolares. Pelo menos 14 nadadores,
de diferentes níveis, já estão acertados com equipes da NCAA, a liga esportiva
universitária.
Brandonn
Almeida, de 19 anos, já se comprometeu com uma universidade tradicional: South
Carolina. Nem ele nem o Corinthians comentam o futuro, à espera da aprovação em
todas as provas. Maria Paula Heitmann, 17, que foi à Rio-2016 pelo programa do
COB Vivência Olímpica, está fechada com Indiana, para onde seguirá em agosto.
Para o Minas, clube dela, esse é "processo natural na história da natação
brasileira, devido à ausência de uma política que una esporte de alto
rendimento e formação acadêmica."
A
Florida State vai se reforçar com Felipe Ribeiro, 18, da Unisanta, e Ana Giulia
Zortea, 16, do Flamengo. "Acho que enquanto a CBDA não resolver seus
problemas internos, estaremos sempre nessa insegurança", diz Ana Giulia,
uma dos cinco juvenis que disputou o Sul-Americano Absoluto pela seleção
principal, este ano.
A crise
da CBDA não é o único fator que leva os nadadores aos EUA, até porque a
aprovação é um processo demorado, que dura mais de um ano. O cenário inclui o
contraste de um bom momento da natação brasileira na revelação de talentos com
o corte de investimentos dos clubes no início de ciclo olímpico.
No
Missouri devem estudar Giovanny Lima, 19, e Bruna Primati, 19, as duas maiores
revelações do Sesi-SP, ambos com passagens pela seleção brasileira adulta. Caio
Pumputis, 17, atleta mais eficiente do último Brasileiro Juvenil, do Pinheiros,
vai para Georgia Tech.
No ano
passado, 14 brasileiros participaram da NCAA, a maioria por universidades sem
tradição. Destaque apenas para Arthur Mendes Filho, em Auburn, e Vinicius
Lanza, em Indiana.
POR Demétrio
Vecchioli
Foto:
Wilton Junior/Estadão Brandonn Almeida
está de saída para os EUA
Publicado por Francismar Siviero
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