O nado
sincronizado brasileiro começou 2014 a mil por hora com inúmeras ações rumo à
sua evolução. Depois de treinos conjuntos com a poderosa seleção da Rússia,
multi-campeã olímpica e mundial, no mês de janeiro, a equipe brasileira se
prepara para os Jogos Sul-Americanos de Santiago, em março, e para o Torneio
Brazil Synchro Open, no Rio de Janeiro, em maio, com a técnica canadense Júlie
Sauvé, que fica no Brasil como consultora até o próximo dia 17.
Júlie
Sauvé tem um currículo de respeito. Várias vezes técnica medalhista olímpica da
modalidade, ela conquistou mais de 100 medalhas internacionais nos 25 anos que
trabalhou na seleção canadense, incluindo oito medalhas olímpicas: 2 pratas
(Los Angeles/84); 2 ouros (Seul/88); 1 ouro e 1 prata (Barcelona/92); 1 prata
(Atlanta/96); e 1 bronze (Sydney/2000). Nas duas últimas olimpíadas –
Pequim/2008 e Londres/2012 – ficou em 4º lugar. Júlie já ajudou o Brasil há 16
anos, quando auxiliou a técnica Magali Cremona na preparação para o Mundial de
Perth/1998, na Austrália, o primeiro em que a equipe brasileira passou a
condição de finalista, o que antes só acontecia com o dueto.
A
treinadora canadense fez uma avaliação individual das atletas do Brasil com as
técnicas brasileiras (Maura Xavier, Magali Cremona e Gláucia Soutinho). A
seguir, ela propôs mudanças nas coreografias e nas formas de treinamento,
colocando seu jeito de trabalhar com uma equipe multidisciplinar, com mais
intensidade na parte física, pois quer o nado com mais explosão.
- Ela
fez uma renovação em nosso treinamento, modificou a musculação, introduziu um
material de fisioterapia na piscina, para otimizar o tempo, não ter que fazer
tratamento fisioterápico em outro lugar. E trouxe uma linha de coreografias
inteiras. Sua paciência é incrível, ouve as opiniões das atletas, buscando ver
o pode tirar de melhor do Brasil, se adaptando às nossas características. As
rotinas são as mesmas do Mundial de Barcelona, em 2013, mas ela colocou
percussão (mix de drums) no “Tico-Tico no Fubá” na coreografia técnica. A Livre
(com música cigana), ela ainda não pegou – concluiu Magali.
- O
Brasil tem atletas muito boas, que trabalham forte. Tenho tentado desenvolver
um pouco a técnica, apresentando diferentes coreografias e músicas e elas estão
indo muito bem. E não tenho tido nenhuma dificuldade, pois o jeito brasileiro
combina com minha personalidade. É um povo amigo, acolhedor, que ri o tempo
todo, o que não acontece no Canadá. Adoro este sol, a praia e venho estudado português.
Júlie
Sauvè também participou da escolha das novas integrantes do dueto brasileiro,
agora formado por Luisa Borges, de 17 anos, e Giovana Stephan, de 23, ambas do
time que foi ao Mundial 2013. Na ocasião, Giovana já fazia o dueto e equipe,
enquanto Luisa integrava apenas o conjunto.
- O
Brasil tem um novo par para o início da preparação olímpica e é uma dupla
excelente, que tem progredido, demonstrado movimentos rápidos, se saem muito
bem juntas, utilizam toda a área em movimentos vigorosos, o que passa aos
juízes o quão fortes nadadoras, elas são – revelou Júlie sobre o novo dueto
brasileiro.
Para
Maura, Júlie é muito motivadora, além de simpática e brincalhona.
- Ela
gostou muito de nossas alas (movimentos laterais). E deixou a rotina do dueto
mais dinâmica, mais redonda, acelerada, preenchendo os espaços. Na rotina
técnica (tema Gótico), ela explorou mais as expressões, colocando mais forte o
rock. Os biotipos da Giovana e da Luisa, que é ligeiramente mais alta, são
parecidos, o que ajudou a terem o tempo de execução e uma das atividades de
maior grau de dificuldade, o tempo de giro, bem semelhantes. Agora temos que
fortalecer o patamar físico da Luisa, que é mais jovem e com menos tempo de
treino em relação à companheira. Ambas são sérias, focadas, conversam muito
entre si. Elas têm química – disse Maura Xavier sobre o dueto, que tem Maria
Eduarda Micucci, a Duda, como reserva. As atletas também gostaram da treinadora
canadense.
- Ela
entrou bem na equipe, com facilidade. Houve uma adaptação conjunta, ela conosco
e nós para com ela. Estamos adorando esta convivência – disse Luisa Borges, que
ao lado de Giovana Stephan, disputará os Jogos da Odesur, no Chile, em que
haverá apenas a prova de dueto, entre 13 e 17 de março. Para Luisa, a promoção
a titular do dueto foi tranquila devido ao excelente entrosamento com Giovana.
O
‘training camp’ com a canadense começou no parque aquático Maria Lenk em 21 de
janeiro e prossegue na próxima semana, de 10 a 17/2, no Júlio de Lamare,
complexo esportivo do Maracanã, sempre de 7 ao meio dia.
Seleção
Brasileira de Nado Sincronizado em treinamento no RJ
Dueto: Luisa Borges / Giovana Stephan
Equipe: Maria Bruno / Lorena Molinos / Pamela Nogueira / Branca Feres / Beatriz Feres / Maria Clara Lobo / Jessica Noutel / Joseane Costa / Maria Eduarda Miccuci / Juliana Damico / Beatriz Regly / Nina Gruska / Priscila Japiassú / Beatriz Rosselo
Dueto: Luisa Borges / Giovana Stephan
Equipe: Maria Bruno / Lorena Molinos / Pamela Nogueira / Branca Feres / Beatriz Feres / Maria Clara Lobo / Jessica Noutel / Joseane Costa / Maria Eduarda Miccuci / Juliana Damico / Beatriz Regly / Nina Gruska / Priscila Japiassú / Beatriz Rosselo
Souza
Santos
Foto Satiro
Sodré
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