Em
reunião na última segunda-feira, em Brasília, o presidente da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos, Guilherme Campos, anunciou o fim do
patrocínio às Confederações de Tênis (CBT), Desportos Aquáticos (CBDA) e
Handebol (CBHd).
A
decisão extrema, um mês depois de encerrados os Jogos Olímpicos do Rio de
Janeiro, deveu-se à grave crise financeira da ECT, que encerrou 2015 com dívida
de R$ 2,1 bilhões, segundo o presidente Guilherme Campos. A previsão é fechar
2016 com novo débito de R$ 2 bilhões.
Para
enfrentar a nova realidade, o presidente da Confederação de Tênis, Jorge
Lacerda da Rosa, rescindiu 55 contratos, “Incluo aqui pessoal da CBT,
treinadores, jogadores e colaboradores”, disse o presidente em comunicado às
federações esportivas.
Outras
estatais, com o Banco do Brasil, Infraero, Eletrobras, BNDES e Caixa ainda não
se manifestaram quanto aos seus patrocinados, mas a expectativa é que sigam o
mesmo caminho dos Correios, já que a ordem do Palácio do Planalto é cortar
despesas para enfrentar o déficit nas contas públicas.
A
medida demonstra a falta de planejamento do esporte brasileiro, incapaz de
manter um programa de investimentos às vésperas do início de novo ciclo
olímpico, com vistas aos Jogos de Tóquio 2020.
Nos
últimos quatros anos o alto rendimento contou com recursos do Orçamento da
União (via convênios com o Ministério do Esporte), Lei de Incentivo ao Esporte,
loterias federais (Lei Piva), patrocínio das estatais (BB, Caixa, Correios
etc), além de investimentos das Forças Armadas. Para estes investimentos, o
Brasil esportivo evoluiu apenas duas medalhas nos Jogos do Rio de Janeiro,
comparativamente aos Jogos de Londres, 2012.
A expectativa é se o Ministério do Esporte honrará o pagamento da Bolsa Atleta, com orçamento aprovado de R$ 160 milhões para esta temporada, porém sem a garantia de que os valores serão liberados pelo Tesouro. Uma coisa é o dinheiro previsto no Orçamento da União, outra é a disponibilidade do caixa. Temos isso?
A expectativa é se o Ministério do Esporte honrará o pagamento da Bolsa Atleta, com orçamento aprovado de R$ 160 milhões para esta temporada, porém sem a garantia de que os valores serão liberados pelo Tesouro. Uma coisa é o dinheiro previsto no Orçamento da União, outra é a disponibilidade do caixa. Temos isso?
Por José
Cruz O esporte fora das quatro linhas
José
Cruz cobre, em Brasília, as áreas de política, economia e legislação do
esporte. Participou da cobertura de eventos esportivos internacionais nos últimos
20 anos.
Publicado por Francismar Siviero
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