Elas
são jovens, bonitas, saudáveis e descoladas. Mas acima de tudo são atletas.
Treinam forte, abrem mão de algumas atividades comuns nesta idade, sem deixar
totalmente de lado o culto à beleza, inerente ao sexo. Trata-se da seleção
brasileira feminina de natação presente ao Campeonato Pan-Pacífico, de 21 a 24
de agosto, na australiana Gold Coast, que terá transmissão ao vivo para o
Brasil pelo Sportv, em suas eliminatórias e finais.
O time
feminino do Brasil é praticamente estreante na competição. Das seis meninas que
vieram a Austrália, apenas Ana Carla Carvalho, especialista no estilo peito,
esteve presente na última edição, em Irvine, na Califórnia, Estados Unidos.
- Em
2010 não nadei bem e desde 2012 não participo da equipe brasileira, mas agora
vim pra mudar a história. Estamos sempre buscando melhorar nossos tempos em
toda competição que participamos e aqui não vai ser diferente – disse Ana
Carla, paranaense de 23 anos e meio, a que tem mais idade no jovem grupo.
A
principal intenção das brasileiras é melhorar seus tempos pessoais, mas sem
esquecer da possibilidade da conquista de medalhas, até então limitada aos
bronzes de Flavia Delaroli, em 2006, na cidade canadense de Victoria, e Fabíola
Molina, quatro anos depois, em Irvine, nos 50m livre e 50m costas,
respectivamente.
É o
caso da velocista Graciele Herrmann, que no último Troféu Maria Lenk, em abril,
quebrou a barreira dos 25 segundos, bateu o recorde brasileiro de Flavia
Delaroli e igualou a marca sul-americana da venezuelana Arlene Semeco, com
24s76.
- Quero
baixar ainda mais o meu tempo nos 50 metros e melhorar meus 100 metros, prova
em que ainda tem o revezamento. Vai ser uma prova dura, com duas australianas
competindo em casa e outras duas americanas, sendo uma chegando na casa dos 24
segundos há pouco tempo. Mas não posso me entregar, vou pra cima delas –
afirmou a gaúcha Graci, 22 anos, que tem pressa desde sempre, vindo ao mundo
logo no nascer do ano de 1992, no dia 1º de janeiro.
Outra a
competir nos 50m livre será a curitibana Alessandra Marchioro, 21 anos, a mais
alta do sexteto
- Os
50m livre é a minha prova predileta e é bom competir nela. Passei por uma
mudança grande após o Brasileiro Senior de Inverno, em maio, com troca de
treinador, e o meu novo técnico, o Ari (Arilson Silva) fez um novo estudo,
mudou o treinamento. Aqui não vou competir nos 100m livre, mas vou participar
do revezamento 4x100m livre e sei que posso ajudar bastante. É bem possível que
consiga melhorar minha marca nos “cinquentinha” – concluiu Alê.
A
pernambucana Etiene Medeiros, 23 anos e três meses, está otimista para o seu
primeiro Pan-Pac.
- Estou
confiante em medalhas sim. É o meu primeiro Pan-Pac e estou sem parâmetro, mas
quero fazer o meu melhor tempo nos 100m costas, que é o das eliminatórias do
último Maria Lenk, 1m00s77 – afirmou a vice-campeã mundial junior de 2008 e
medalha de ouro neste ano na etapa de Barcelona do circuito Marenostrum, ambos
nos 50m costas..
A
caçula do grupo é a catarinense Carolina Bergamaschi, 20 anos, em sua primeira
experiência com seleção absoluta.
- É a
minha primeira vez na equipe adulta, acompanho o que as adversárias vem
fazendo, e estou focada nos tempos, sempre buscando melhorar. Sem esquecer que
logo após o Pan-Pac tem o Troféu José Finkel (de 1 a 6 de setembro em Guaratinguetá/SP)
que é seletiva para o Mundial de Piscina Curta em Doha, no mês de setembro –
disse Carol, demonstrando que quer permanecer na equipe.
Já a
manauara Daynara de Paula, 21 anos, prioriza os 100m borboleta, prova em que
foi semifinalista no Mundial de Barcelona, no ano passado.
- Me
preparei muito para esta competição e a intenção é baixar meu tempo,
principalmente nos 100m borboleta, minha principal prova. (nota: Daynara deve
nadar também os 50m e os 100m livre). Sei que vai ser uma prova forte, com duas
americanas e duas australianas com bons tempos. Uma das americanas tem apenas
19 anos e vem pra sua primeira competição internacional de peso.
O
coordenador-técnico da equipe feminina, Fernando Vanzella, explicou que todo o
trabalho feito este ano, dentro do ciclo olímpico, como competições,
treinamentos em altitude, entre outros, foi com a meta de dar resultado neste
Pan-Pacífico, principal competição do ano para a natação brasileira.
- O
objetivo é que todas as meninas possam abaixar seus tempos pessoais e buscarem
resultados, seja uma final, ou até mesmo, uma medalha. Mas tudo isto dentro de
um trabalho voltado para os Jogos Rio-2016 – afirmou Vanzella.
Souza
Santos
E-MAIL: francisswim@gmail.com
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