Competição
começa nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro
Diante
da última oportunidade de se garantir nos Jogos Olímpicos do Rio, Cesar Cielo
colocará à prova no Troféu Maria Lenk, que começa nesta sexta-feira e vai até o
próximo dia 20, as escolhas e as mudanças na carreira nos últimos meses. Em
2016, o nadador foi para os Estados Unidos, acompanhado da mulher Kelly Gisch e
do filho Thomas, e deu início a um período de isolamento e concentração total.
O
campeão dos 50 metros livre nos Jogos de Pequim, em 2008, e dono das medalhas
de bronze nos 100 metros livre na China e nos 50 metros livre em Londres-2012
deu as suas cartadas finais para a última seletiva olímpica: retomou a parceria
com um treinador de confiança, o norte-americano Scott Goodrich, participou de
algumas competições em solo norte-americano e intensificou o treinamento, com
ênfase no trabalho físico.
Após
uma temporada de 2015 frustrante, Cielo tenta acabar com a desconfiança no
Maria Lenk, que também serve como evento-teste no estádio Aquático, no Parque
Olímpico da Barra da Tijuca. Inscrito para duas provas, ele nada os 100 metros
livre na segunda-feira e os 50 metros livre na quarta. O foco na disputa mais
longa é ficar bem colocado para assegurar uma vaga no revezamento 4x100 metros
livre do Brasil na Olimpíada.
Já nos
50 metros livre, a missão do velocista é mais complicada. Além de nadar abaixo
do índice olímpico (22s27), Cielo terá de ser mais rápido que os concorrentes
para ter a chance de tentar buscar a terceira medalha olímpica consecutiva. O
Brasil tem direito a dois nadadores na prova e, até o momento, Bruno Fratus e
Ítalo Manzine serão os representantes. Os atletas registraram 21s50 e 22s08,
respectivamente, na primeira seletiva, o Torneio Open, no final do ano passado,
e têm chance de melhorar essas marcas no Rio.
Alberto
Silva, técnico da seleção brasileira masculina, confia na classificação do
astro. "Acredito que nos 50 metros ele vá nadar para 21s e ficar com a
vaga".
Cielo
não nada abaixo dos 22s08 de Ítalo desde maio de 2015, quando registrou o tempo
de 22s05 no GP de Charlotte, nos Estados Unidos. Além de resultados ruins, a
ausência do recordista mundial dos 50 metros (20s91) e 100 metros livre
(46s91) em momentos cruciais incomoda. Em agosto do ano passado, deixou o
Mundial de Esportes Aquáticos em Kazan, na Rússia, antes de nadar os 50
metros livre, sentindo uma lesão no ombro depois de ficar com um 6.º lugar nos
50 metros borboleta.
Ele
voltou à piscina apenas em dezembro, em Palhoça (SC), em busca da classificação
olímpica no Open. Mais uma decepção: o nadador abandonou o campeonato sem
disputar os 50 metros livre após ter um fraco desempenho nos 100 m livre e
ficar fora da final.
Foi o
estopim para o atleta mudar o rumo de sua preparação olímpica. Cielo encerrou a
parceria com a comissão técnica comandada por Arilson Silva, em São Paulo, e
mudou-se para o Arizona. Nos Estados Unidos, recorreu a uma parceria de
sucesso. O treinador Scott Goodrich é seu amigo desde a época que dividiam a
piscina da Universidade de Auburn (entre 2005 e 2008) e foi o responsável pela
preparação do nadador em dois momentos gloriosos: o Mundial de Barcelona, em
2013, e o Mundial de Piscina Curta de Doha, em 2014.
Para
Albertinho, o trabalho fora do Brasil vai dar resultado. "O Cesar continua
em boa forma física e vem fazendo bons treinos. O Scott bate de frente quando
acha que a alguma coisa está errada e isso é importante quando você treina um
atleta tão experiente".
Nesta
temporada, o GP de Orlando foi o único torneio de alto nível disputado por
Cielo. Os tempos registrados ainda ficaram aquém do seu potencial, ainda que
março seja um período de treinos mais pesados, longe do auge. No início do mês,
encostou no índice olímpico ao anotar 22s28 em Austin e renovou as esperanças.
Na próxima semana, Cielo sabe que não há mais espaço para erro.
FONTE
CORREIO DO POVO
Foto:
Timothy Clary / AFP / CP
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